a longa fila de caminhões na Travessia Urbana“Esta é a capital das obras inacabadas”, diz o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Rondonópolis (ATC), Miguel Mendes. Refere-se a um viaduto feito há 15 anos, na entrada da cidade, que espera até hoje pela construção de três de suas quatro alças, e também ao abacaxi da duplicação da Travessia Urbana, que deveria ter ficado pronta há pelo menos dois anos.

A duplicação é um problema com 12,8 quilômetros de extensão. Inferniza a vida dos moradores e agrava o caos do escoamento da soja em direção aos terminais da ALL. Não há como chegar ao trem sem passar pelo trecho urbano da BR-364. Um caminhão pode levar uma hora para atravessar o trecho em certos horários.

Cada vez que é preciso interditar parte da pista para fazer o serviço que nunca acaba, o congestionamento é enorme. Como acontece num trecho em que está sendo feita uma passagem sob a via, para ligar dois bairros.

A preocupação da ATC com o problema cresce à medida que se aproxima a data da inauguração do Terminal da ALL em Rondonópolis. É em abril. “Estimamos que 80% dos caminhões que hoje vão para Alto Araguaia farão o transbordo da soja aqui”, conta.

Segundo o secretário municipal da Infraestrutura, Fábio Cardoso, a obra da duplicação da Travessia Urbana se arrasta desde setembro de 2009 e deveria ter sido concluída em maio de 2011, mas foram encontradas tantas falhas no projeto e na execução que a obra ficou parada por mais de um ano.

“O projeto previa, por exemplo, seis centímetros de pavimento, mas no meio da execução foi necessário passar para dez centímetros. A drenagem foi subdimensionada e a lateral da pista arrebentou em alguns trechos”, informa. Para piorar, a empreiteira que ganhou a licitação está em fase de recuperação judicial. “Foi um erro a prefeitura ter assumido isso”, diz ele, que não descarta entregar a obra ao DNIT.