Denize não pode mais viajar com o marido Rafael pelos países do Mercosul

Nelson Bortolin

A vida nunca foi fácil para os caminhoneiros. Com a pandemia do novo coronavírus, está mais complicada. As regras de isolamento social trouxeram as mais diversas dificuldades para a categoria. Denize Moraes, de Foz do Iguaçu, conta que a crise a separou do marido. Desde 2015, ela viaja junto com o Rafael Hoffmann pelo Mercosul. Com o surgimento da Covid-19, só o motorista pode entrar nos países vizinhos.

“É muito triste, minha família toda mora em São Paulo. Meus filhos já estão criados. Me sinto muito triste. Estou sozinha em casa.”

Nesta sexta-feira (8), Rafael está na Argetina. Ele entregou uma carga de embalagens de plástico no Chile e passou por Villa Regina, onde conseguiu frete de retorno. O motorista volta carregando frutas.

No canal “Caminhoneiro, profissão aventura”, que ele e a mulher mantêm no YouTube, o motorista também reclama de estar longe de Denize e aponta outras dificuldades pelas quais vem passando. Ao passar pela Argentina, chegou a ser expulso por policiais de um posto de combustível onde dormia. Veja no vídeo:

Por causa da diferença de regras em cada local, Rafael está voltando ao Brasil por um caminho diferente. “A gente costumava fazer um trajeto. Dessa vez, o Rafael teve de ir para Villa Regina (Argentina) por outra rota porque em La Pampa não deixam passar caminhão de jeito nenhum. Cada província tem sua regra”, conta Denize.

Isolada em Foz do Iguaçu, ela fica preocupada com o marido o tempo inteiro. “Além do problema maior, que é a possibilidade de contaminação (com o vírus), fico preocupada sobre como a Gendarmería (força de segurança da Argentina) vai tratá-lo. Esses dias, ele teve de rodar até as 3 horas da manhã para arrumar um posto onde deixaram ele dormir.”