Definição das regras de financiamento do BNDES foi o tiro de partida
Bastou o BNDES definir, no início de fevereiro, as novas condições de crédito para a compra de caminhões, para começarem a surgir pedidos de cotação na Volvo. E isso foi mais uma razão para os executivos da empresa demonstrarem confiança na retomada das vendas, numa entrevista a jornalistas na qual fizeram um balanço do ano passado.
A Volvo Financial Services Brasil encerrou 2014 com a movimentação de R$ 2,9 bilhões para financiar a venda de caminhões, ônibus e equipamentos de construção, 34% a mais que no ano anterior. A venda de consórcios cresceu 14%.
O diretor comercial da Volvo do Brasil, Bernardo Fedalto, acha que 2015 tem boas perspectivas para a venda de caminhões pesados, porque, na agricultura, os silos estão cheios de grãos e, para receberem a nova safra, anunciada como recorde, terá que haver movimentação de carga. Além disso, o dólar alto deverá estimular a venda pelos agricultores. Para os semipesados, Fedalto avalia: “Somos 200 milhões de habitantes e não vamos parar de consumir. Por isso, acredito que o sistema vai continuar rodando”.
Sobre as regras do Finame, bem menos generosas que os 6,5% ao ano de 2014 – agora, os juros mais baratos são de 9%, e o financiamento não é mais do valor total do bem, a opinião de Fedalto é de que ainda são muito boas. Por isso, ele acredita que as vendas de caminhões este ano serão menores que em 2014, “mas nada de excepcional”.
O banco da Volvo está operando com o novo PSI e oferecendo um complemento dos montantes via CDC. O percentual desta modalidade pode variar de 20% a 50% do total a ser financiado.
Claes Nilsson é o novo presidente
O sueco Claes Nilsson, que acaba de tomar posse como presidente da Volvo Latin America, diz não ter medo
“Vamos continuar investindo. O número de caminhões Volvo no Brasil é três vezes maior que há 10 anos e precisamos prestar serviços de qualidade. Por isso, vamos melhorar nossa rede de concessionários”, disse, em sua primeira coletiva de imprensa.
A Volvo quer ter 101 concessionárias no fim de 2015, com 2.266 boxes de serviços e 1.800 mecânicos; em 2013, as concessionárias eram 90.
“As boas-vindas não foram exatamente o que eu esperava”, disse ele, referindo-se à situação econômica. “Mas tudo aponta para o crescimento do mercado brasileiro e latino-americano. Já a partir de março esperamos uma reação das vendas em função da safra”, comentou.