Uma notícia que agitou os corredores e as coletivas de imprensa do Salão de Veículos Comerciais de Hannover foi o início efetivo da cooperação entre a Scania e a MAN na produção conjunta de transmissões para veículos pesados a partir de 2016. Com a aceitação de uma oferta pública de € 6,7 bilhões (US$ 9,2 bilhões), anunciada em fevereiro deste ano, o Grupo Volkswagen controla desde maio 90,5% do capital da Scania, além da Volkswagen Nutzfahrzeuge, de utilitários leves, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, já controlada pela MAN

O novo D38 de 640 cv: MAN busca sinergia com Scania para reduzir custos

Com isso, o Grupo Volkswagen tornou-se o terceiro maior fabricante de caminhões do mundo atrás apenas da Daimler e do Grupo Volvo. A cooperação entre as duas marcas, para ganhos de escala, deve  estender-se gradativamente também para a produção de cabines, chassis e componentes eletrônicos visando sinergias que poderão gerar um lucro operacional anual de € 650 milhões.

Inicialmente, a cooperação refere-se à caixa de velocidades Scania da gama atual que será gradualmente introduzida em produtos MAN e também ao desenvolvimento de futuras gerações: “Este é um marco na nossa cooperação com a MAN. Usando componentes comuns que não são tão específicos da marca, vamos reforçar a nossa oferta aos clientes. Ao mesmo tempo, vamos atingir sinergias significativas no longo prazo”, diz Martin Lundstedt, Presidente e CEO da Scania.

A Scania apresenta em Hannover o Scania R 730 na série limitada Blue Stream, o único V8 com motor Euro 6 do mercado que combina as tecnologias SCR e EGR

Ele explicou que mesmo havendo alguns componentes comuns no powertrain de ambas as marcas, o que é de fundamental importância para as características do veículo é o software estratégico que controla a caixa de velocidades e como ele se comporta com os outros componentes do trem de força. Portanto, cada marca vai desenvolver o seu próprio software estratégico. “Para nossos clientes, o tempo de atividade do veículo e economia de combustível são considerações primordiais e vamos continuar a desenvolver soluções que contribuem para melhorias nestas áreas”, enfatizou Lundstedt.

Para o CEO da MAN, Anders Nielsen, a marca é muito conhecida no mercado como a primeira fabricante de motores a diesel e continuará se concentrando em oferecer o melhor custo operacional de transporte: “Desenvolver nossa própria caixa, em conjunto com a Scania, é apenas o primeiro passo de colaboração dentro do Grupo Volkswagen”.

Maior grupo automotivo da Europa, a Volkswagen AG está lutando para replicar em caminhões o sucesso de sua estratégia multi-marcas de automóveis  que vão dos luxuosos Audi e dos esportivos Porsche aos Skoda, mais acessíveis.

A Truck Alliance, como foi batizada a fusão entre as marcas de peso no segmento de caminhões, literalmente, será liderada pelo ex-homem forte da Daimler Andreas Renschler.

LANÇAMENTO – A eficiência no consumo é o tema principal dos novos modelos que a MAN apresenta na IAA. Em seu estande de 10.000 metros quadrados o destaque é o modelo top de linha TGX D38 que faz sua estreia. Com potências de 520, 560 e 640 cv., destina-se às tarefas de transporte mais exigentes. O seu coração é o motor de seis cilindros em linha D38, com cilindrada de 15,2 litros.

A montadora garante não querer bater recordes de potência mas sim oferecer a mais elevada força de tração para cada necessidade com eficiência e custos operacionais mais baixos. “Os motores acima de 500 cv respondem por 15% dos veículos acima de 16 toneladas e queremos com este lançamento a liderança neste segmento”, comentou CEO da MAN, Anders Nielsen.