Será a maior da Amazônia e vai dar um impulso no transporte na região de Manaus
Rafael Nobre, de Manaus
Daqui a menos de um ano, o preço de frutas, verduras e legumes produzidos no interior do Amazonas poderá baixar no mínimo 30% para os consumidores de Manaus – principal mercado comprador –, graças ao término da ponte Manaus–Iranduba, no Rio Negro, com 3,6 quilômetros de extensão.
Essa é a expectativa do secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, que lamenta as grandes perdas econômicas que o Estado sofre com a falta de ligações rodoviárias. Por exemplo: toda a produção de 1,5 milhão de cachos de banana de Manicoré, que fica bem mais ao Sul, às margens do Rio Madeira, acaba sendo vendida em Porto Velho, para onde é levada pela precária BR-319.
Iranduba fica pertinho de Manaus – a apenas 22 quilômetros – mas a ponte vai baratear as frutas, verduras e legumes porque estes chegarão de caminhão e não mais pelas balsas pequenas e com horários irregulares que ligam Manaus e as cidades da redondeza.
A ponte promete levar desenvolvimento para pequenos municípios. As cidades do Amazonas parecem congeladas nos anos 80. A maioria não é coberta por sinal de telefonia móvel ou internet e não existem estradas.
Os transportadores comemoram. O responsável pelo setor administrativo da Universal Transportes, Iranila Soares, espera ansioso pela ponte. “Ela vai aumentar a concorrência e diminuir o tempo de muitas viagens. E aumentará o mercado para as empresas de transporte terrestre no Estado.”
SEGURANÇA – A Raça Transporte pensa em expandir suas atividades, segundo o subgerente operacional Bergue Coelho. “Temos pouco trabalho no interior devido às dificuldades logísticas. O regime de cheia e seca dos rios não permite enviar cargas com regularidade durante o ano inteiro. A ponte trará mais segurança e rapidez ao transporte”, declarou.
O percurso de 40 minutos realizado pelas balsas na travessia do Rio Negro levará apenas cinco minutos na ponte.