Porto de Santana

Fonte: Agrodebate

A melhoria na infraestrutura do Porto de Santana, no Amapá, deve ampliar o escoamento de grãos do Brasil para outros países. O novo corredor para as exportações já está sendo reformado e recebendo investimentos na ordem de R$ 200 milhões do governo federal.

O setor produtivo considera a rota atrativa por sua localização, estando ao norte do país e sendo ‘porta de entrada e saída da região amazônica’. Ainda, tornou-se uma das principais rotas marítimas de navegação, permitindo conexão com portos de outros continentes, além da proximidade com o Caribe, Estados Unidos e União Europeia, conforme define a Companhia Docas de Santana.

Em Mato Grosso, onde está concentrada 22% da produção de grãos brasileira, a expectativa é aumentar o volume embarcado via Porto de Santana. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, em 2013 quando a reforma no porto deverá ser concluída o estado deve encaminhar até um milhão de toneladas para o porto localizado no Amapá. “Posteriormente, a meta é ampliar este volume para até três milhões de toneladas de grãos por ano”, destaca Fávaro.

Além disso, o setor espera economizar cerca de R$ 20 em cada tonelada transportada. O valor é referente a comparação dos custos com outros portos brasileiros, a exemplo de São Paulo e Paraná. O presidente diz que Santana será uma nova possibilidade ao agricultor do estado porque permitirá aumentar a competitividade e rentabilidade do setor.

“Quando isso se instalar vai dar capacidade para ocuparmos áreas de pastagem de baixa produção e aumentar a produção de grãos em Mato Grosso. É a carta de alforria para o estado porque dará liberdade em momentos difíceis de o produtor escoar para portos que dão viabilidade. Não ter que ir ao Sul do país”, acentuou o presidente da Aprosoja.

Atualmente, pelo menos 10% da produção de grãos do estado saem pelos portos do Norte do Brasil. “Muito em breve esses números devem estar em 80% da produção com as três linhas de escoamento. A BR-158, a BR-163 e continuando pela BR-364 todas elas vão fluir para os portos do norte”, frisou.

Percurso

Para chegar até Santana, os produtores pretendem usar a BR-163 entre Cuiabá a Santarém para chegar até o porto de Miritituba, em Itaituba, no estado do Pará. Desta localidade, os grãos seriam embarcados via balsas até o porto de Santana e, a partir daí em navios graneleiros enviados para o mercado internacional.

Riando Freire, presidente da Companhia Docas de Santana (CDSA), que administra o Porto, diz que Santana torna-se opção ao setor produtivo porque encurtará as distâncias em relação aos terminais do Sul do país e diminuirá os custos.
Uma holding já iniciou a construção de três silos para armazenamento dos grãos, na primeira etapa para preparar o porto da cidade apto a iniciar as operações com os produtos. Para isso, estabeleceu-se um contrato de uso temporário no porto. Já a segunda fase do projeto compreende a construção de um terminal de grãos, com uma fábrica para beneficiamento de itens como farelo, óleo e biodiesel.
“Eles [silos]ficam prontos ainda no primeiro semestre com capacidade para 18 mil toneladas cada um para começar a operação com carga solta. Ano que vem, começam a montar o parque industrial”, explicou Freire. Os espaços servirão para receber primeiramente milho e soja não transgênicos, que ganharão como destino a Europa.
Atualmente, predomina no Porto de Santana operações como embarque de minério, cavaco de madeira além de biomassa, produtos oriundos do próprio estado do Amapá. A cada ano, 1,3 mil navios passam pelo local.

“Santana estará apta a embarcar o primeiro navio em novembro, com o milho safrinha. Toda estrutura vai estar pronta em julho, mas dependerá da safra”.

Pelos cálculos da Companhia Docas de Santana, estima-se que até 2015 a unidade consiga alavancar para 15 milhões de toneladas/ano as movimentações de cargas no terminal.