Fonte: Jornal Hoje

 

A polícia prendeu, na terça-feira (20), 15 pessoas de uma das maiores quadrilhas de roubos de caminhões do Brasil. Os criminosos remarcavam os chassis, falsificavam os documentos e conseguiam até burlar o sistema de rastreamento dos caminhões por satélite .

A polícia gaúcha monitorou a quadrilha durante oito meses e, com autorização da Justiça, gravou telefonemas de integrantes da grupo encomendando o roubo de caminhões (confira no vídeo acima). Nesse período, a quadrilha deu um prejuízo de R$ 10 milhões para caminhoneiros e transportadoras.

Em um sítio de Taquari, no Rio Grande do Sul, a polícia encontrou carcaças de caminhões. Em outro endereço, achou três carretas que os ladrões não tiveram tempo de desmanchar. Achou também enormes cilindros de gás de maçaricos potentes, usados para cortar as latarias.

Em Tijucas, Santa Catarina, a polícia prendeu Peterson de Abreu, que chefiava o bando em no estado. “Ele montou uma oficina de fachada e acabou sendo o elo da organização criminosa do estado do Rio Grande do Sul com Santa Catarina e, principalmente, com o resto do país”, explica o delegado Thiago Lacerda.

Em uma página na internet, Peterson anunciava cabines usadas que, segundo a polícia, foram retiradas de caminhões roubados. Em novembro, a equipe do Jornal Hoje esteve no local e gravou uma conversa com o dono da oficina, usando uma câmera escondida. Peterson ficou desconfiado e disse que nunca vendeu cabines de caminhão.

O bando roubava cinco caminhões por semana e usava equipamentos eletrônicos para escapar dos rastreadores via satélite. O nome do aparelhinho é jammer, mais conhecido como capetinha. Os criminosos compram o equipamento pela internet. Oficialmente, ele serve para bloquear o sinal de telefones celulares, mas os ladrões usam o aparelho para impedir que o sinal dos caminhões chegue até o satélite e às empresas de segurança que monitoram o veiculo.

“Como esse aparelho tem a função de embaralhar ou até bloquear a frequência da emissão do rastreador com a central, isso acaba interrompendo a conexão, então o caminhão deixa de ser rastreado podendo ser escondido ou ocultado”, relata o delegado.

Segundo as investigações, as quadrilhas levam os caminhões para sítios localizados na Grande Porto Alegre. É uma tática dos criminosos para tentar despistar a polícia. Lá, eles desativam todo o sistema de rastreamento e geralmente instalam placas clonadas. Depois, pegam a estrada

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