Nelson Bortolin
Reportagem Local
Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado às 18 horas desta quinta-feira (23) registrava 17 interdições parciais de rodovias no País, sendo cinco no Paraná, cinco no Rio Grande do Sul, seis em Mato Grosso e uma no Ceará. Mas, esse número deve ser bem maior porque não abrange as paralisações realizadas nas vias estaduais. Os bloqueios haviam sido anunciado desde o mesmo passado, caso o governo federal não estabelecesse uma tabela mínima de frete, principal reivindicação da categoria. A negativa oficial do governo foi dada em reunião na quarta-feira (22) em Brasília. E a greve foi convocada para a zero hora desta quinta-feira.
Lideranças dos motoristas garantem que os bloqueios são bem mais numerosos que os informados no site da PRF. Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS), conversou com a Carga Pesada por telefone de Brasília, onde aguardava uma reunião de lideranças do movimento.
Ele diz que, desta vez, o movimento extrapolou as regiões Sul e Centro-Oeste, onde se concentrou nas paralisações de fevereiro. Sem contar Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, que não estão na conta da PRF, o sindicalista garante que há bloqueios no Pará, Maranhão, Ceará, São Paulo, Espírito Santo, e Minas Gerais. “Desta vez a greve tende a ser mais forte porque o governo criou uma esperança (estabelecer tabela mínima de frete) e frustrou a expectativa da categoria”, explica.
Litti diz que o movimento, que não tem liderança formal, vai enfrentar as liminares judiciais para desbloqueio das rodovias que certamente virão. “Ninguém vai nos obrigar a trabalhar”, avisa. Para o sindicalista, a alegação apresentada pelo governo de que tabelar frete é inconstitucional não convence. “As tradings poderosas fazem cartel e o governo não diz que fere a Constituição”, critica.
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