Desde o longínquo maio de 1959, a Scania produziu 300 mil motores no Brasil
A produção de motores Scania no Brasil está fazendo 50 anos. A marca patinou no período do reinado dos Mercedes 1113, mas a aposta dos gaúchos nas carretas de três eixos turbinou as vendas dos suecos.
O primeiro motor Scania nacionalizado era o D10, de dez litros, e ostentava na sua arquitetura o conceito ainda atual de camisas removíveis. Saiu de uma linha inaugurada em 29 de maio de 1959, da fábrica que ficava no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Era um seis cilindros em linha, que rendia 165 cv. No final de 1962, a Scania transferiu-se para São Bernardo do Campo, onde hoje são fabricados cinco mil modernos conjuntos por ano, até com turbocompound.
Paralelamente, na Casa Scania mundial, comemora-se também uma data do DS 14, o V8, originalmente de 14 litros em oito cilindros. Ele começou na IAA, de Frankfurt (Alemanha), em 1969, e rendia 350 cv, um portento. A Scania o nacionalizou por uns tempos, o bloco era fundido na antiga Cofap e equipava o LK 140. Mas o mercado “não foi com a cara dele”, que por sinal era chata (cabine frontal). Tinha fama de bebedor e comia pneu, este de concepção diagonal. Além do mais, a Lei da Balança da época não permitia as longas composições veiculares de hoje.
Nesta virada para 2010, as perspectivas dos brutões mudam, dependendo da crise. A Volvo vem com o bitelão de 16 litros em linha e a Scania não terá como evitar a oferta local do seu novo V8, de igual cilindrada e até 620 cv. Força arrancada do chamado big block através da injeção HPI, autora de jatos de óleo diesel acima de 2 mil bar. Sim, é preciso mencionar que tais conjuntos de extra-alta potência serão destinados ao arrasto de bitrens de sete eixos, mas principalmente dos de nove, com variante passando pelos rodotrens. (Luciano Pereira)