A Prefeitura de Rondonópolis, em Mato Grosso, não irá conceder alvará para o estacionamento improvisado de caminhões que a ALL pretendia instalar na cidade para atender seu terminal ferroviário, previsto para ser inaugurado ainda neste ano. Em entrevista na manhã desta quarta-feira (5) à Carga Pesada, o prefeito Percival Muniz deu esta garantia.
Conforme mostrou a reportagem, a concessionária havia instalado banheiros químicos no local para uso dos caminhoneiros (clique aqui para ler). Segundo o prefeito, a intenção da ALL é terceirizar o serviço. “O terreno é totalmente irregular. Está na área urbana, distante do terminal. Estamos com uma política de retirada das carretas da área urbana. Não tem como dar alvará”, disse.
Muniz se reuniu nesta terça-feira (4) com representantes da ALL para discutir este e outros assuntos relacionados ao terminal. “A empresa ficou de arrumar alternativas. Estamos buscando manter a melhor relação com a ALL, sem abrir mão do que entendemos ser melhor para Rondonópolis”, disse.
O início da operação do terminal preocupa a cidade, que já enfrenta problemas com o trânsito caótico de carretas que seguem pela BR 364 em direção a Alto Araguaia, onde hoje funciona o maior terminal da ALL. A estimativa é que entre 70% e 90% do transbordo de grãos de Mato Grosso passe a ser feita em Rondonópolis, com o novo terminal.
O município sofre com a duplicação do trecho urbano da BRs 364. São 12,8 km que deveriam estar concluídos, mas a obra apresenta uma série de irregularidades e não há previsão para seu término. Outro problema é que há ainda mais 25 km de pista simples até o terminal da ALL, trecho que a Prefeitura reivindica que seja duplicado pelo governo federal. “Teremos uma série de problemas de tráfego. Esperamos que haja pelo menos previsão de recursos para esta obra até que o terminal comece a operar”, afirma o prefeito.
Em nota enviada à Carga Pesada, a assessoria da ALL diz que a instalação do “pulmão regulador do fluxo de caminhões” foi proposta pela companhia para solucionar um gargalo do próprio município de Rondonópolis. Diante da negativa de alvará, a companhia “avalia as medidas cabíveis para solucionar a questão do local da instalação e trabalha em busca da melhor alterativa para todos os envolvidos”.