Nelson Bortolin

Revista Carga Pesada

 

“No momento, os caminhões estão proibidos. Aqueles que passaram pelo bloqueio e estão impedindo o santista do seu direito de ir e vir nós vamos retirá-los do local.” A declaração é do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, publicada no jornal A Tribuna. Ele complementa: “É justamente para que a gente possa preservar o tráfego de veículos e ônibus para que o santista possa voltar à vida normal.”

O incêndio nos tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa, que já dura seis dias, deixou milhares de caminhoneiros parados. Desde quinta-feira, eles não podem descarregar no porto e agora também não podem entrar na cidade. As alternativas são: pagar R$ 100 por dia para estacionar em Cubatão ou voltar com a carga para a origem. “O bloqueio dos caminhões começou ontem (6) de manhã e pegou a gente de surpresa”, afirma o gerente comercial da Maia Transportes, Gercy de Moura Braatz Muzel.

Segundo ele, mesmo quando o incêndio esteve no auge, durante o final de semana, os caminhões puderam entrar em Santos. “Durante o feriadão, deixaram os caminhões entrar. E agora, para não atrapalhar o tráfego, impediram”, conta Muzel. “E o motorista fica à beira das rodovias sem assistência nenhuma”, complementa. Para o gerente, as autoridades faltam com respeito em relação aos motoristas. “O Porto de Santos é o maior da América Latina, mas não seria nada sem os caminhões”, ressalta.

Por causa das restrições em Santos, a Maia Transportes, segundo ele, tem caminhões parados inclusive na Rodovia Castelo Branco. “Não pode descer. Se retornar à origem, quem vai pagar os custos?”, questiona.

A coordenadora do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), no Porto de Santos, Sônia Regina Branco, explica que só estão sendo liberados para entrar em Santos os caminhões com carga perecível ou medicamento. “Há filas enormes, é uma judiação. A ordem da Polícia Rodoviária é que eles façam o retorno e voltem para o local de origem. Mas quem vai pagar o custo desta viagem?” também questiona ela.