Caminhões estarão disponíveis em 2023 na faixa de potência entre 420 e 560 cavalos
Com um trem de força totalmente novo e a promessa de até 8% de economia, a Scania apresenta na Fenatran a Gama Super, dentro da categoria dos pesados de 420 a 560 cavalos com motores que atendem a nova lei de controle de emissões Euro 6.
Os motores Super, lançados na Europa no final de 2021, estarão disponíveis em quatro potências (420, 460, 500, 560cv), que desenvolvem, respectivamente, torques de 2.300Nm, 2.500Nm, 2.650Nm e 2.800Nm. O ganho prático dos três primeiros modelos foi de 150Nm em relação à geração atual e de 100Nm na versão de 560cv.
O ganho em eficiência energética que alia mais força a menor consumo deve-se a uma faixa plana de torque maior em rotação mais baixa. E ainda ao aumento da pressão de pico no cilindro para 250bar, duplo comando de válvulas no cabeçote, fricção reduzida dos componentes internos e eficiência do turbo compressor.
A gama Scania Super ainda dispõe, de série para todas as versões, do freio de cabeçote CRB (do inglês Compression Release Brake) com capacidade de 350Kw e não necessita de manutenção. O freio hidráulico auxiliar Scania Retarder permanece opcional e juntos podem chegar a 850Kw de potência de frenagem.
“A única maneira de conseguir esses mais 8% foi fazer mudanças no trem de força. Nós não fizemos uma melhoria, fizemos um projeto completamente novo, partimos do zero: novo motor, nova caixa de câmbio, novos eixos traseiros. Isso leva a uma economia de mais 8%em relação ao consumo da Scania que já tinha evoluído muito nos últimos anos”, conta Silvio Munhoz, diretor-geral das Operações Comerciais da Scania no Brasil, em entrevista exclusiva à Revista Carga Pesada.
Os novos 8% de economia, ressalta o diretor, se somam aos 12% que a Scania já havia entregado no final de 2018, com o lançamento da nova geração de caminhões.
As novidades serão apresentadas pela primeira vez ao público na Fenatran 2022 – 23º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga, que será realizada de 7 a 11 de novembro, no São Paulo Expo (SP).
TESTADO
A Tora Transporte, de Minas Gerais, vem testando a Gama Super desde julho deste ano no transporte de bobina de aço de Contagem a São Paulo. O diretor de Operações da empresa, Charles Dias, confirma a economia. “A gente consegue mensurar até 8% de redução do consumo, uma coisa impensável há algum tempo”, conta.
Vazio, o veículo chegou a fazer 4 km por litro de combustível. No mix (vazio e carregado), passou de 2,8 km. Veja no vídeo:
Um comparativo feito pela engenharia da fabricante entre os torques do atual pesado de 13 litros Euro 5 mais potente da Scania, o R 540 (2.700Nm), com o R 560 Super, mostra a evolução na categoria. O R 560 Super passa a proporcionar uma faixa plana de torque maior numa rotação mais baixa, o que vai elevar ainda mais a economia de combustível.
O propulsor Super traz muitas novidades. Dentre elas, o aumento da pressão de pico no cilindro para 250bar, duplo comando de válvulas no cabeçote, fricção reduzida dos componentes internos e melhorias da lubrificação, refrigeração e da eficiência do turbo compressor.
A gama Scania Super ainda dispõe, de série para todas as versões, do freio de cabeçote CRB (do inglês Compression Release Brake), que garante melhor desempenho de frenagem auxiliar do propulsor (capacidade de 350Kw) e não necessita de manutenção. O freio hidráulico auxiliar Scania Retarder permanece opcional e juntos podem chegar a 850Kw de potência de frenagem. No vídeo abaixo, a master driver da Scania, Aline Portugal (@alinedriver85) mostra na prática o funcionamento do novo CRB.
“Além disso, o motor Super oferece desempenho superior em relação aos atuais da marca, principalmente, devido ao comando duplo no cabeçote e ao Scania Twin SCR, um sistema de injeção dupla de AdBlue (Arla 32), que ajuda a aumentar a eficiência do processo de pós-tratamento”, explica Ivanovik Marx, engenheiro de Oferta de Soluções da Scania no Brasil. “Todas estas mudanças foram preponderantes para atingir a economia de até 8% sobre a geração atual de motores Euro 5 da marca.”
Outro grande benefício do Scania Super está na introdução de série da nova unidade de otimização do tanque de combustível. O recurso, exclusivo da Scania para estes modelos, foi chamado de FOU (Fuel Optimization Unit), e funciona como um tanque de captura capaz de garantir a utilização máxima do combustível. “Passamos de 87% para 97% de diesel utilizável em nossos tanques, o que significa um ganho de carga útil transportada ou o alcance estendido a depender do que for priorizado em sua aplicação”, pontua Marx.
No Super, o sistema de tratamento de gases (silencioso) Euro 6 SCR (Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalítica Seletiva) passa a utilizar uma dupla dosagem do reagente ARLA 32 (um logo no coletor de escape e o outro no silencioso) e do filtro de particulado do diesel (DPF) para atender a lei Proconve P8. Esse filtro quando abastecido com diesel S10 e o novo lubrificante da linha Euro 6 aumenta os intervalos de troca para operações de longa distância.
A gama Scania Super também será equipada com as novas caixas de transmissão automatizada Opticruise de nova geração. Os modelos Super 420cv e 460cv levarão a caixa de câmbio G 25. Já as versões de 500cv e 560cv terão a G 33.
Ainda falando na configuração do veículo, os modelos rígidos (ou chassi plataforma) ganham também várias novas posições de montagem dos tanques, de combustível e de Arla 32, permitindo melhor distribuição do peso no chassi (mais próximo do eixo traseiro) e proporcionando maior carga útil. “Dependendo do tipo de operação, da distância entre eixos e da quantidade de tanques, poderia haver até uma capacidade de 1 tonelada a mais de carga útil, por exemplo”, calcula Marx..