Nelson Bortolin

 Revista Carga Pesada

 

A Scania fez nesta quinta-feira (14) em Londrina a quinta apresentação de seu ônibus movido a biometano, importado da Suécia. O veículo, cuja homologação no Brasil está prevista para o segundo semestre deste ano, conta com motorização Euro 6. A apresentação na cidade paranaense foi feita para o projeto SuperBus, que pretende revolucionar o transporte coletivo local com investimentos de R$ 140 milhões.

“O ônibus funciona tanto com biometano, como com GNV (Gás Natural Veicular). Nossa expectativa é que, vencida a burocracia para homologá-lo, a Scania possa oferecer o veículo em breve”, afirma Eduardo Monteiro, responsável por desenvolvimento de vendas – operações urbanas, da Scania.

Com a regulamentação do biometano, feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em fevereiro, a montadora sueca acredita na viabilidade do produto no Brasil.  “É uma grande promessa. Várias cidades têm se dedicado à produção de biometano a partir de seus aterros sanitários. É um desperdício jogar esse gás na atmosfera”, conta.

Em São Pedro da Aldeia (RJ), o ônibus foi testado com gás produzido no aterro sanitária local. Na Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu,  é abastecido com gás proveniente de dejetos de aves poedeiras. “O veículo emite 70% menos poluente que o similar a diesel”, afirma Monteiro. Segundo ele, a experiência de Itaipu mostrou que o ônibus oferece um custo operacional 20% menor.  Por outro lado, de acordo com o representante da Scania, 80% dos componentes do motor são similares aos dos veículos a diesel. “O torque é praticamente o mesmo, assim como o rendimento térmico”, declara.

Monteiro conta que a tecnologia Euro 6 permite ao veículo reduzir a níveis mínimos a emissão de poluentes. “É quase um purificador de ar. Muitas vezes, o gás que sai do escapamento é mais limpo que o ar que respiramos”, alega.

O diretor da concessionária P.B. Lopes, José Henrique de Souza Gomes, diz que o objetivo da apresentação em Londrina foi mostrar que, em parceria com a prefeitura,  a Scania pode tornar a cidade mais limpa e com sustentabilidade no transporte coletivo. “Podemos gerar uma condição ambiental mais favorável e menos custo para os usuários”, ressalta. Gomes afirma que, “num segundo momento”, a P.B. Lopes pretende levar o veículo para outras cidades nas quais tem filiais, como Maringá, Campo Grande e no interior de São Paulo.

O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, destacou a importância dos combustíveis alternativos. “Precisamos diminuir as emissões de carbono”, afirma. Segundo ele, o projeto SuperBus, que vai otimizar o sistema de transporte coletivo da cidade, custará R$ 140 milhões, com financiamento do governo federal. A prefeitura está testando ônibus das principais montadoras em rotas predeterminadas. Os da Volvo já estão na cidade. Os usuários são convidados a responder pesquisa de satisfação. A intenção desse trabalho é estabelecer critérios para a licitação da nova concessionária de transporte coletivo da cidade, que será feita em 2018.

Além do veículo a biometano, a Scania levou para Londrina um ônibus biarticulado com capacidade para 160 pessoas.