Preço do diesel e velocidades médias de caminhões são alguns dos itens criticados
Nelson Bortolin
O estudo de revisão metodológica das tabelas de frete feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), da USP, tem algumas imprecisões, segundo o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS). Com apoio da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), a entidade questiona, por exemplo, o valor do diesel que consta do estudo: R$ 3,15. “Na verdade, hoje já são R$ 3,63”, diz o presidente do sindicato, Carlos Alberto Dhamer, o Litti.
Outro ponto questionado são as velocidades médias estabelecidas no trabalho da Esalq-Log encomendado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os caminhões menores (de 2, 3 e 4 eixos) fariam 70 quilômetros por hora e os maiores (5 eixos ou mais), 65 quilômetros por hora. Mas, na verdade, de acordo com Litti, as médias são respectivamente de 40 e 50 quilômetros por hora.
Para a Esalq-Log, o seguro do veículo corresponde a 5% do valor médio do caminhão-trator. Mas, para o Sinditac, é muito mais que isso. “Só de PIS, Cofins e IOF são 11,65%”, afirma. Os salários também estariam desatualizados. No estudo, teria sido utilizada uma remuneração média de R$ 1.400, mas segundo Litti, o correto são R$ 1.858.
“Outra questão é que consideraram o diesel como um item que tem 50% de peso na planilha de custos do transporte. Mas esse peso chega a 65% nos veículos mais velhos”, alega o presidente do Sinditac de Ijuí.
Ele explica que há outros pontos a serem questionados durante as audiências públicas que serão realizadas pela ANTT para discutir o assunto. As novas tabelas devem ser definidas até julho.
A respeito dos questionamentos do sindicato, a Esalq-Log disse à Carga Pesada que só irá se manifestar no documento final que irá entregar nas audiências.
Clique aqui para baixar o estudo da Esalq-Log.