Sem medo do IPI de 30% que volta a vigorar em dezembro, os chineses invadem a Fenatran, anunciam novos importados e a implantação de fábricas do Brasil. Em coletiva nesta terça-feira (25), a Sinotruk diz que antecipará para 2012 o plano de instalar uma planta em Curitiba e que vai começar a importar novos veículos da linha A7 a partir de abril.
O diretor geral da empresa no Brasil, Joel Anderson, disse que foram comercializados em território nacional, no ano passado, 251 caminhões Howo. E que neste ano, até setembro, foram emplacados mais 650. A intenção para 2012 é comercializar 2.200 unidades, incluindo a linha A7 que chegará em abril.
Com motores Sinotruk D12 de 420 a 460 cavalos, e já adaptados à Euro 5 pela tecnologia SCR, serão três novos modelos com opções 4×2, 6×2 e 6×4. A ideia é atender ao mercado das Combinações de Veículos de Carga (CVCs), especialmente bitrens, rodotrens e treminhões.
Segundo a empresa, eles vêm com combinação entre motor e transmissão manual ou automatizada e sistema que alia ABS, ASR (anti-deslizamento), EBL (distribuição eletrônica das forças de frenagem) e TPM (monitor de pressão dos pneus). As cabines têm assinatura de estilistas italianos.
FÁBRICA
Joel Anderson disse que irá se reunir com o governo federal no início de novembro e que acredita poder anunciar em breve o início da obra da montadora na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ele não revelou o que pretende negociar em Brasília. A empresa já possui um terreno de 275 mil metros quadrados na capital paranaense, onde previa erguer a fábrica a partir de 2015. Mas antecipou seus planos. “Nosso projeto de fábrica no Brasil é hoje, é agora, não mais em 2015”, disse o diretor.
A Elecsonic (Sinotruk Brasil) tem sede em Campina Grande do Sul (PR) e centro de distribuição na cidade vizinha de Colombo e iniciou as operações no País em dezembro de 2008. São 42 concessionárias em todo o Brasil. De acordo com Anderson, quando o IPI de 30% passar a vigorar em 16 de dezembro, os custos decorrentes deste aumento de alíquota serão em parte compartilhados entre a Sinotruk Brasil, a matriz chinesa e a rede de concessionários. “Na ponta devemos aumentar os preços em torno de 12%”, anunciou.
Se o governo mantiver a atual política de proteção à indústria nacional pelos próximos anos, a montadora não se livrará imediatamente do imposto mais alto, mesmo com a fábrica no Brasil, já que ela será implantada no sistema CKD, ou seja com a montagem no Brasil de kits ou partes vindos da matriz chinesa. “É difícil imaginar que uma montadora possa se instalar com 65% de nacionalização”, afirma.