Nelson Bortolin
Reportagem Local
O ano começou mal para uma família que viajava de carro de Curitiba a Cascavel (Oeste do Paraná), no dia 3 de janeiro. Um dos passageiros, de 64 anos, morreu ao ser atingido por parte de um tambor de freio que se desprendeu de um caminhão, no quilômetro 243 da BR 277, em Irati. Por sorte, nenhum outro passageiro, inclusive uma criança de colo que estava em cadeirinha no banco de trás, se feriu.
Infelizmente, tragédias como essas não são incomuns no País devido à falta de manutenção da frota. O engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, da Transtech, de Curitiba, explica que o tambor de freio, também conhecido como capana de freio, se partiu atingindo o automóvel em que a família viajava (ver foto da Polícia Rodoviária Federal). “O tambor sofre desgaste com a utilização dos freios. Vai reduzindo a sua espessura, começa a trincar até entrar em colapso, quebrando em diversas partes. O material é ferro fundido (pesado), e se atingir alguém, é mortal mesmo”, declara.
De acordo com ele, das grandes frotas de caminhões do mundo, a brasileira é a única que não passa por controle de segurança. “Um dos itens que podem apresentar falhas é o tambor de freio pela sua condição natural de desgaste em função da aplicação dos freios. Se não tiver manutenção periodicamente, vai desgastar, ficar com pouca capacidade de frenagem e pode chegar na fratura”, conta.
Melo afirma que tambor desgastado precisa ser substituído por novo. “Nada de cintar o tambor trincado. Cintar tambor de freio é uma mania brasileira absolutamente equivocada”, ressalta.
Veja as fotos de tambores quebrados encaminhadas pelo engenheiro à reportagem.