Usuários do transporte coletivo reclamam de atrasos e preços e cobram mais conforto
Dilene Antonucci e Leiliani Castro
No momento em que o mercado da mobilidade rodoviária da América Latina realiza a Lat.Bus 2024, em São Paulo, a reportagem da Revista Carga Pesada foi às rodoviárias e pontos de ônibus de Marília (SP) e Londrina (PR) conversar com os usuários e pessoas que trabalham no setor.
Se, por um lado, os ônibus estão cada vez mais tecnológicos, com as principais montadoras lançando modelos elétricos, quem utiliza o transporte ainda tem muita queixa. “Depois da pandemia, houve uma diminuição nos horários dos ônibus e até hoje não voltou ao normal. Para quem usa transporte todos os dias para trabalhar ou para estudar, acaba prejudicando bastante”, afirma Kátia Mara, que aguardava ônibus em Marília para levá-la até a cidade vizinha, de Quintana.
Veja no vídeo:
Na rodoviária da cidade paulista, a estudante Gabriela Andrade da Silva, que acabava de chegar de Franca (SP), reclamou do preço da passagem. “Eu acho que é um pouco caro, levando em conta tantas pessoas que acabam utilizando o serviço, mais de baixa renda. Eu acho que a estrutura é muito ruim, os horários sempre atrasam”, disse.
Já Sandro Neves, que é gerente do Terminal Rodoviário de Londrina, explicou o impacto da pandemia sobre o setor. “A gente percebe é que, depois da pandemia, os ônibus não voltaram mais ao que eram. O que a gente entende como classe D/E perdeu o acesso aos ônibus. A classe B/C deixou de viajar de avião e voltou para o ônibus. Então acho que isso fez com que o número de passageiros diminuísse bastante.”
Ele também avaliou o avanço tecnológico e novos combustíveis dos veículos.
Marcelo Bueno, motorista da Viação Nordeste, disse que os passageiros estão mais exigentes. “Antigamente, o passageiro perguntava a respeito do ar-condicionado. Hoje não, hoje já é o wi-fi, tomada USB. Tem várias coisas que chamam mais a atenção do cliente do que alguns anos atrás.”