A atividade principal de Edivânio Teles dos Santos, o Mosquitinho, é o comércio de hortifrúti. Ele tem um box na Ceasa de Londrina. Mas também tem uma transportadora para entregar seus produtos. Em reportagem especial da sua nova edição, a Carga Pesada mostra que ninguém cumpre a Lei do Descanso (12.619) neste segmento. E um dos motivos é justamente o transporte de carga própria.
Segundo Mosquitinho, não há como cumprir a Lei do Descanso. Seus motoristas fazem os 2.700 km de Londrina a Juazeiro (BA) em três dias, dormindo duas vezes nesse intervalo, três ou quatro horas cada vez. “Chegando na hora, eles ganham um cafezinho do dono da carga.” O “cafezinho” é de R$ 100. “Eles dizem que não usam rebite, mas eu não posso garantir, né?”, comenta o patrão.
Mesmo que tivesse carreta frigorificada, Mosquitinho diz que seria difícil cumprir a Lei do Descanso, com algumas cargas, como manga e goiaba, que não aguentariam mais de quatro dias na estrada para fazer os 2.700 km, mesmo com a temperatura sob controle.
Recentemente, ele andou perguntando e viu que uma carreta frigorificada custa R$ 214 mil. “A aberta saiu por R$ 90 mil. Não tenho como pagar a diferença”, afirma.
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