A Escola de Transportes do Guia do TRC, de São Paulo, e a empresa Transtech, de Curitiba, lançaram em outubro o treinamento de caminhoneiros empregados via internet. Depois de treinar 1.800 profissionais “de corpo presente”, as duas organizações sentiram a dificuldade das transportadoras em liberar seus empregados para as salas de aula.

“A última empresa que atendemos tem 600 motoristas, mas só conseguiu reunir 14 para nosso treinamento”, explica o engenheiro mecânico Rubem Melo, da Transtech. Ele conta que o curso “Redução de Acidentes no Transporte de Carga” via internet tem oito módulos que abordam o tombamento de veículos, cuidados especiais com bitrens, rodotrens e caminhões-tanque, amarração da carga, efeito canivete, falhas de freio, “os mitos e manias” do transporte e a inspeção preventiva pelo condutor.

Antes de iniciar o programa, os alunos passam por uma avaliação por meio de um equipamento desenvolvido pela Transtech, que simula a condução de carretas. “É um processo muito simples que mapeia as manobras do motorista como se ele estivesse engatado com uma carreta”, explica. Mas ele vai dirigir apenas o cavalo.

“O simulador monitora as ações do condutor permitindo avaliar se ele está familiarizado com o comportamento dinâmico dos conjuntos de veículos de carga”, afirma. Constituídos por “acelerômetros”, a máquina indica, em tempo real, através de leds, se a aceleração gerada na manobra foi segura ou excessiva para determinado tipo de conjunto. Os dados são avaliados pelo instrutor.

O equipamento vai analisar o comportamento do profissional também após o curso e os testes podem ser feitos na sede da Escola de Transportes ou na própria empresa contratante. A duração do programa pela internet depende da disponibilidade de tempo do motorista e a transportadora vai comprar o direito ao acesso aos conteúdos pelo período que entender necessário.