A 18ª Fenatran – Salão Internacional do Transporte abre as portas para o público na próxima segunda-feira (24 de outubro), no Anhembi, em São Paulo, tendo como vedetes os novos caminhões equipados com motores Euro 5. Eles poluem muito menos que os modelos atuais, são mais econômicos e potentes. Entretanto, custam de 8 a 20% mais caro.

A maior parte usa o sistema SCR e necessita de um aditivo à base de ureia – a Arla 32 – para funcionar bem. Mas os caminhões de menor potência e comerciais leves devem adotar o sistema EGR, de recirculação de gases, que dispensa o uso da ureia.

Os novos caminhões representam o maior salto na legislação brasileira de emissões, o Proconve P7. As montadoras estão preparadas para vender a nova linha de veículos, em todas as faixas de potência, a partir de janeiro de 2012. Essa tecnologia já está em uso na Europa e Estados Unidos desde 2009.
A respeito do uso dos motores Euro 5, a grande dúvida paira sobre a capacidade da Petrobras de produzir e abastecer as redes de postos com diesel mais limpo, o S50, que tem baixo teor de enxofre. E se os postos terão tempo hábil e capacidade de investimento para instalar tanques e bombas exclusivas para este novo combustível, que também deverá custar mais caro.
Muitos transportadores ainda estão duvidando que a novidade emplaque a partir de janeiro de 2012 e apostam em um novo adiamento da exigência, como aconteceu em 2009 (quando o Brasil ia entrar no Euro 4, que nem chegou a ser usado por aqui). Mesmo os grandes transportadores, sempre atingidos pelas ações diretas dos fabricantes, estão cautelosos. Muitos estão antecipando compras de veículos com os atuais motores Euro 3, até ter certeza de que terão mesmo diesel S50 e a Arla 32 para abastecer os Euro 5.
Temendo a possibilidade de uma forte retração no primeiro semestre, as montadoras estão tentando convencer o BNDES a proporcionar um financiamento com juros mais baixos para a nova geração de veículos. O principal argumento é que a redução de poluentes traz um benefício social para toda a população. Em outra frente, a indústria busca desonerar o imposto das peças importadas que compõem o sistema Euro 5.