Cartel dos postos é coisa da imprensa
Abimael Teodósio da Silva (Bauru-SP), Alailson dos Santos Machado (Serra-ES) e Samuel Lins Rodrigues (Londrina-PR) – Por que o diesel é tão caro no Brasil?
Primeiro, por excesso de impostos. Alguns são o ICMS, de 17% em Mato Grosso, 12% em São Paulo, por exemplo, os royalties que são pagos a alguns Estados, e a CIDE, contribuição arrecadada pelo governo federal e que neste momento está suspensa. Sem impostos, o diesel ficaria em R$ 1,20 a R$ 1,30. O transporte também é caro, tanto faz que seja de caminhão, de trem ou pelo duto que fizeram de Goiás para Mato Grosso, é tudo parecido. E há o problema do monopólio da Petrobrás. Ela põe o preço que quer, age como quer. O desperdício é grande. A Petrobrás é uma caixa preta.
Temos planos para implantar postos na região de Presidente Prudente (SP), em Londrina e Maringá (PR), na região de Luís Eduardo Magalhães (BA). Onze no total, para atender essas regiões de muitas cargas. Começaremos ainda este ano.
Tem má informação aí. Quero explicar o seguinte: primeiro, no Brasil só tem a Petrobrás que extrai e refina; segundo, os impostos são iguais para todo o mundo; terceiro, os salários dos funcionários são definidos em acordos coletivos e também são iguais para todo o mundo. Quando os combustíveis eram tabelados, ganhávamos o equivalente a 46 centavos por litro. Hoje, ganhamos 17 centavos brutos. Não podemos aumentar nem temos condições de baixar. O nome disso é concorrência, o preço é igual não porque exista cartel, e sim porque tem concorrência. Se a nossa situação fosse fácil, não teríamos tantos postos fechando nas estradas. Muitos motoristas também carregam pelo mesmo preço e isso não quer dizer que eles façam cartel. A imprensa é que gosta de dizer que os postos fazem cartel, porque chama a atenção. Mesmo assim, existem grandes diferenças de preços do diesel de uma cidade para outra. Vindo a Cuiabá, me visite, que eu lhe mostro as notas.
Nos meus postos de Rondonópolis e Cuiabá, que têm pátio grande, qualquer um pode estacionar. Em Cubatão e Curitiba não tem pátio e a gente precisa fazer uma opção: se aceita quem não abastece, falta lugar para quem abastece. E aí eu tenho que priorizar o meu cliente.