Ricardo Rodrigues Garcia, motorista de São Paulo (SP) – O que a Bergamaschi faz para melhorar o dia a dia de seus motoristas?

Somos pioneiros em Mato Grosso em criar uma escola de treinamento. Antes, nós lotávamos ônibus de motoristas em Mato Grosso e levávamos para a Fabet, em Santa Catarina, para fazer treinamentos de 30 dias. Nossa matriz fica em Chapecó, nós participamos da criação da Fabet. Mas levar os motoristas era caro. Em 2001, montei a escola junto com um pequeno posto que estava meio às moscas aqui em Rondonópolis. Contratamos 10 professores e trouxemos o modelo da Fabet. Quando terminou o treinamento, a concorrência começou a pagar mais para ficar com os nossos motoristas. Eu então convidei os maiores transportadores ao nosso redor para assumir a escola. A maioria concordou e resolvemos também criar uma associação, que foi a ATC. Ela se originou da escola da Bergamaschi. De modo geral, nossa empresa tem menos rotatividade. Temos poucos sinistros e o índice de satisfação, medido internamente, é muito bom. Nós primamos pela qualidade de vida do nosso pessoal, embora a estrada não ofereça isso.

Rodrigo da Silva Nascimento, motorista de Monte Castelo (SP) – Qual é o segredo de tanto sucesso? É trabalho ou facilidade de financiamento nos bancos?

Crédito existe o tempo todo e abundante para quem paga as contas em dia. Mas eu vejo que o segredo é, em primeiro lugar, considerar as pessoas acima de tudo. Tratar a equipe do jeito que eu gostaria de ser tratado. Outra coisa importante é ter uma atenção rigorosa com as finanças: pagar em dia e só investir depois de uma análise criteriosa da capacidade de cumprimento. E também fazer o serviço muito benfeito para o cliente. O cliente tem que entender que nós somos uma solução para o problema dele.

Valdir Paulo dos Santos (foto), de Dracena (SP) – Queria saber por que só em Mato Grosso se pode dirigir nove-eixos, e por que o pessoal gosta dos nove-eixos de 19,8 metros e não dos de 25 metros?

Porque em Mato Grosso o governo estadual não está restringindo o tráfego do nove-eixos. Quanto à nossa preferência pelos de 19,8 metros é porque nem todo lugar tem balança e tombadores para descarregar implementos de 25 metros. Em muitos armazéns pequenos e no Porto de Santos, por exemplo, não descarrega. Além disso, o de 25 metros é mais caro e só pode rodar do nascer ao pôr do Sol.