“Namorar homem”, o desafio do transporte
O site da Carga Pesada (www.cargapesada.com.br)
convidou os leitores a fazerem perguntas a Emílio Dalçoquio.
O maior desafio do ramo é namorar homem sem ser homossexual… A gente consegue isso “rezando”. Também é preciso cuidar do corpo, fazendo ginástica, e trabalhar muito, para termos condições físicas, mentais e espirituais para lidar com gente. Porque caminhão não é caminhão, é gente. “Mens sana in corpore sano” (mente sã num corpo são), como é o ditado latino.
Helio Resan, autônomo de São Paulo: – Qual é a maior dificuldade enfrentada por um empresário do transporte no Brasil?
O maior problema do segmento é a falta de gente que goste de gente. Muitos empresários não gostam de caminhão, não gostam de gente. Este é o maior problema. Quem pensa dessa forma está no ramo errado, deveria ir jogar tênis, que é um esporte individual.
Antônio Carlos Leal, empresário do Rio de Janeiro: – Como a nova lei da carta-frete está influenciando as atividades da Dalçoquio?
O fim da carta-frete está moralizando o que era imoral, estamos vivendo uma nova época. Vamos passar um ano, um ano e meio de turbulências, mas isso vai trazer uma valorização para a classe dos transportadores. Acredito que no ano que vem o nó do pagamento eletrônico estará desatado e as coisas se normalizarão. O que não pode é manter a carta-frete. O governo perde impostos, o caminhoneiro fica sem direito a crédito, porque não tem como comprovar o que ganha. O fim da carta-frete vai tirar um monte de aventureiros do setor.
Essa pergunta merece dois comentários. Primeiro: se você espera ver o dinheiro rápido, esqueça, tem de ter paciência porque o dinheiro não vem tão rápido. Segundo: as exigências de transportar carga perigosa são muitas. Para quem tem paciência de atender todas as exigências, não há problema nenhum. A grande dificuldade é se sujeitar às regras do mundo da carga perigosa: barba, cabelo, check-list, horário, tacógrafo, Inmetro, pneu, fumaça, enfim…