Apesar do atual bloco anti-diesel, surgido na última IAA em Hanôver, a Volvo continua apostando na doutrina do mestre Rudolf (Diesel). Lançou na Europa o modelo FH I-Safe e seu motor vem com turbocompound, um agregado já de certa idade no meio. O objetivo sempre é destacar-se na economia de combustível
Luciano Alves Pereira
A partir de 11 de março, a Volvo, na Europa, está aceitando encomendas para a sua nova variante do modelo FH. Vem com motor D13TC diesel, denominada FH I-Save, rodando conforme norma Euro 6. A intenção da marca é apresentar um produto capaz de impedir que o concorrente Scania não desponte sozinho no item economia. Pelo prometido, o último é pra ser mais sovina em 12% no consumo de diesel. Na trincheira oposta, a Volvo promete 7% com o recente I-Save, em claro objetivo de reafirmar que o ciclo diesel ainda tem lenha pra queimar, apesar da rejeição por parte dos ambientalistas e governantes do mundo lá fora.
Qual o recheio do novo produto? No I-Save, a montadora volta ao turbocompound, numa geração atualizada, O agregado, de nome complicado, foi bem esmiuçado pela Carga Pesada em 2008, na edição 141, pág. 10. Não é tecnologia de vanguarda, mas a Volvo a incluiu como item em prol da economia de combustível, mas o pacote vai além. Por exemplo, a sua versão atualizada do programa preditivo I-See, concebido como o ‘roteirizador inteligente’, analisa a topografia percorrida pela estrada (previamente memorizada) e induz à tocada mais eficiente a ser adotada.
Aproveitou também para aperfeiçoar a sintonia fina das trocas de marchas de seu apreciado câmbio automatizado I-Shift. Ao menu do I-Save, o fabricante incluiu o controle/desligamento mais atento da marcha lenta e o refinamento do desengate da roda-livre, o conhecido I-Roll. Foram mínimas as mexidas aqui e ali para o alcance de somatória de pontos percentuais representativa. No entanto, a Volvo europeia afirma que a principal influência no menor consumo de combustível se concentra no motor D13T C, de 13 litros. Tanto que o chama de “o mais eficiente em combustível do que qualquer outro da marca em todos os tempos, destinado ao serviço de longa distância”.
A montadora explica que seus pistões têm desenho especial visando o encaminhamento do calor para o centro do cilindro, aprimorando-lhe a eficiência energética. Como resultado incrementado pela atividade do turbocompound, o motor D13T C rende 300 Nm extras. Na opinião da Volvo, o ganho “permite ao motorista deixar de pressionar o acelerador – o motor requer menos combustível – para manter a tocada constante”.
Desde o mês passado, o novo produto está disponível para pedidos. Ele oferece potências/torques de 460 cv/2.600 Nm e 500 cv/2.800 Nm. Já estaria a Volvo pensando em produzi-lo pelos lados de Curitiba?