Nelson Bortolin e Dilene Antonucci

Em entrevista coletiva convocada para divulgar o balanço de 2013, a Volvo do Brasil anunciou terça-feira (11), em São Paulo, US$ 320 milhões em novos investimentos no País. Os executivos da montadora sueca, no entanto, não deram detalhes sobre a aplicação do dinheiro. Disseram apenas tratar-se de recursos para nacionalização de novos produtos. A expectativa é que também passem a ser montados em Curitiba caminhões de uma outra marca pertencente ao grupo: Mack, Renault ou UD.

Para se ter uma ideia do montante a ser investido, este foi exatamente o valor anunciado pela DAF na montagem da nova  fábrica de caminhões em Ponta Grossa, uma planta com capacidade para produzir 10 mil unidades por ano.

Desde 2012, a Volvo admite que pretende trazer para o Brasil uma segunda marca, mas a decisão não foi anunciada até agora e os executivos tratam o assunto de forma cautelosa. Com foco em caminhões pesados e extrapesados, o grupo completaria seu portfólio no País com os veículos leves, médios e semipesados de uma outra marca. “Temos uma área de 1,3 milhão de metros quadrados na planta de Curitiba, com grande possibilidade de expansão”, afirmou Roger Alm, presidente do Grupo Volvo América Latina. Além da fábrica, ele disse que a Volvo está construindo um novo depósito de peças na capital paranaense, com 120 mil metros quadrados.

 

 

 

 

 

 

 

Balanço

No ano passado, a montadora registrou um recorde de vendas de caminhões no Brasil, atingindo a marca histórica de 20.731 unidades emplacadas, 30,6% a mais que os 15.878 caminhões do ano anterior. O resultado é superior ao registrado em 2011, o melhor ano da história do setor de caminhões no Brasil, quando a Volvo emplacou 19.069 unidades.

Pelo menos 90% dos negócios da marca foram viabilizados pelo Finame PSI, com predominância do perfil de médios frotistas na linha F de pesados.  Já na linha de semipesados VM, em levantamento recente feito pelas concessionárias do estado de São Paulo, 70% dos clientes compraram de 1 a 5 caminhões. “Sem o Finame não teríamos atingido estes números em vendas. Além disso, esta linha de financiamento do BNDES está permitindo uma redução da idade média da frota e colocando em circulação caminhões menos poluentes e mais seguros”, comentou Alexander Boni,  gerente de vendas da Linha F da Volvo.

“Outro fator importante é que os juros mais baixos do Finame permitiram aos frotistas ter rentabilidade para remunerar o investimento sem onerar o custo do transporte”, complementou o diretor de Vendas e de Marketing  Bernardo Fedalto.

A participação da marca no mercado brasileiro de veículos acima de 16 toneladas chegou a 20% em 2013, crescimento de de 1,8 ponto porcentual na comparação com o ano anterior. E levou a Volvo ao terceiro lugar no ranking das montadoras, ultrapassando marcas que atuam em todos os segmentos. “Mesmo diante de uma economia com crescimento baixo, 2013 foi um excelente ano para o negócio de caminhões do Grupo Volvo”, disse  Fedalto.

Ele destacou a importância do mercado brasileiro de caminhões, que vem crescendo em média 10% nas últimas duas décadas. “Em 1991, eram vendidos 15 mil caminhões (acima de 16 toneladas). No ano passado, foram 105 mil”, declarou.

Com aproximadamente 100 mil caminhões com até 10 anos de idade rodando no País, o presidente Roger Alm reforçou a necessidade de ampliar a rede de assistência técnica. “Hoje temos 90 pontos no Brasil e teremos mais 10 até o final do ano com mais 400 boxes”, contou.

AVolvo vendeu 20 caminhões FH 16 no Brasil. O modelo importado é considerado o mais potente do mundo e custa R$ 1 milhão. Eles começam a rodar no País a partir de maio