Entre outros recursos, o sistema I-See poderá ler e memorizar a topografia da estrada, facilitando a operação e proporcionando economia nas próximas passagens pelo mesmo trecho
Os caminhões mecânicos já foram substituídos faz tempo pelos veículos eletrônicos e agora estamos chegando ao caminhão da era digital.
A Volvo já tem sua linha de caminhões digitais, apresentada pelo presidente da Volvo América Latina, Roger Alm, em festividade na qual foi apresentada também a Casa do Cliente, espaço de negócios construído na fábrica de Curitiba que conta com centro de treinamento e simulador de direção. Até novembro, pelo menos três mil clientes do Brasil e da América Latina passarão por lá para conhecer a nova linha Volvo.
Todos os modelos estão cerca de 20% mais caros que os atuais e chegarão às concessionárias no início de 2015. Para quem se surpreender com o preço, a Volvo vai dizer que os 35 mil caminhões com a nova tecnologia que já estão rodando na Europa e no restante do mundo também custaram 20% mais para seus donos. A única diferença para os modelos que acabam de ser lançados aqui é que, na Europa, eles rodam com motor Euro 6.
A cabine do FH tem novo desenho e seu espaço interno foi ampliado em mais um metro cúbico, chegando a 2,20 m de altura. Mas a grande novidade está nos recursos de telemetria e conectividade. O sistema I-See memoriza a topografia da estrada na primeira vez que passa por ela. Nas próximas viagens, o dispositivo vai utilizar os dados para tornar mais eficiente a troca de marchas, melhorando o desempenho do caminhão e poupando combustível.
O I-See funciona em conjunto com um sistema de transmissão via GPS e a caixa automatizada I-Shift e em longas distâncias pode proporcionar uma economia de combustível de até 3%. No geral, diz a Volvo, o caminhão consegue ser até 8% mais econômico que os modelos atuais.
Outra novidade digital nos novos FH e FM é o aplicativo My Truck, que permite tanto ao motorista como ao transportador acesso remoto a dados atualizados do painel do caminhão como nível do combustível, do Arla 32, do óleo do motor, do líquido de arrefecimento, da água do para-brisa, além do status do funcionamento das lanternas e faróis.
Para agilizar a solução de eventuais problemas operacionais, foi criado o Voar (Volvo Atendimento Rápido) On Call, acionado pelo celular do motorista. Em contato com a concessionária, mesmo a distância, o caminhão literalmente “conversa” com os mecânicos, que poderão identificar onde está a falha no funcionamento.
“Os caminhões Volvo têm agora ainda mais dispositivos para tornar a operação de transporte mais rentável”, declarou Roger Alm. No Brasil, a Volvo tem ampliado sua participação de mercado no segmento acima de 16 toneladas. Em 2008 a montadora detinha 12,8%. Este ano, até setembro, registrou 21,1% de participação. “A Volvo cresce independente do mercado. Ganhamos participação durante seis anos seguidos. Isso se deve ao alto índice de satisfação de nossos clientes”, avaliou Alm.
FH e FM passam a sair de fábrica com tração 8×2
A Volvo também chega primeiro com o cavalo mecânico 8×2, o único a sair de fábrica com esta configuração de eixos tanto no modelo FH quanto no FM. “É uma demanda do mercado”, declarou Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil.
Já o fora de estrada FMX recebeu um novo motor de 540 cv, além das potências de 370, 380, 420, 460 e 500 cv, e pode sair de fábrica também com as novas configurações de tração integral 4×4 ou 6×6. Outra novidade é a opção do eixo dianteiro com viga reta, que aumenta a altura e o ângulo de ataque, e o eixo traseiro com capacidade para até 250 toneladas de PBTC. O FMX ganhou ainda uma caixa de câmbio eletrônica I-Shift configurada para operações off-road, que são mais exigentes. “É um novo FMX, ainda mais vocacionado para aplicações em construção, mineração e cana-de-açúcar”, afirma Alexander Boni, gerente de caminhões Volvo da linha F.
O FM também teve a cabine e o interior totalmente renovados e pode sair da linha de produção com motor de 380 cv ou de 370 cv, nas configurações 4×2, 6×2 e 8×2 e um novo eixo traseiro que eleva sua capacidade de carga para 65 toneladas de PBTC.
“Agora o VM, que iniciou recentemente o processo de atualização dos caminhões da marca, vê seus irmãos maiores completarem a nova linha Volvo”, observa Fedalto.
Antes de serem apresentados no Salão Internacional IAA de Hannover de 2012, os novos veículos rodaram 18 milhões de quilômetros, passaram por 25 testes destrutivos de impacto e consumiram 10 milhões de horas de engenharia.