José de Cássia Pereira, o Zezé do Bejo, tinha um sorriso permanente nos lábios e um incrível olhar solidário: nos restaurantes, pedia vários marmitex (ou quentinhas) para distribuir aos andarilhos que cruzassem com ele nas estradas. No inverno, dava cobertores também. Talvez não fosse o único a fazer isso, mas, em meus 40 anos escrevendo sobre a vida estradeira, nunca vi outro com essa consciência do que se passa à sua volta.

Zezé do Bejo: este sorrisão fará falta aos andarilhos da estrada

No final do ano passado, Zezé comprou o seu primeiro caminhão zero km, após 40 anos de andação. Por isso, e por tudo o que fez na vida, ia virar notícia na Carga Pesada. Saiu na fotografia ao lado do seu Scania 340 com carreta Guerra. E nos surpreendeu tristemente, ao morrer no dia 1° de janeiro, vítima de um hipertireoidismo estranho e raro.

Zezé do Bejo tinha 51 anos. Viveu fazendo o que dizia o ‘santinho’ de sua missa de sétimo dia: “Eu pedi amor e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar”. Sem ele, a Fernão Dias não será mais a mesma. (L.A.P.)