Mesmo com avanço, StoneX reduz projeção anual de crescimento do mercado de 3% para 2,7%

O crescimento das atividades agrícolas e industriais no país fez o mercado de diesel avançar 2,2% no primeiro semestre, segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro. Mas algumas incertezas para o segundo semestre levaram a empresa global de serviços financeiros a revisar sua previsão de crescimento anual para baixo, passando de 3% para 2,7%.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nos primeiros seis meses do ano foram vendidos 32,9 milhões de m³ de diesel, o que representa aumento de 2,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Bruno Cordeiro lembra que o fluxo de veículos pesados nas rodovias pedagiadas brasileiras cresceu na mesma proporção, segundo o índice ABCR, entidade que representa as concessionárias.

O analista afirma que, para o segundo semestre, a demanda por diesel será influenciada por alguns fatores. Na ponta agrícola, o fim da colheita do milho safrinha e o início do plantio da soja serão determinantes para a evolução do mercado, com expectativas de um novo recorde da safra de soja para a temporada 2025/26, impulsionando o transporte de insumos aos campos, principalmente ao longo do terceiro trimestre.

“Em contrapartida, a produção industrial menos aquecida nos últimos meses e a situação das tarifas norte-americanas podem frear o crescimento do consumo pelo setor industrial, impactando parcialmente as vendas totais”, ressalta o analista.

Nordeste lidera

Nos primeiros seis meses de 2025, o Nordeste liderou o crescimento da demanda por diesel, com 227 mil m³, em meio ao avanço das exportações de produtos agrícolas e da indústria de transformação. Com a expectativa de manutenção desse cenário no segundo semestre, a StoneX revisou levemente para cima as projeções de crescimento da região, de 1,8% para 2,1%.

As regiões Sul e Centro-Oeste registraram acréscimos de 173 mil m³ e 170 mil m³, respectivamente, beneficiados pela boa safra de soja no início do ano e pelo escoamento de grãos para os portos.

“No Sudeste, o crescimento foi mais modesto, de 116 mil m³. Apesar do aumento do fluxo de grãos pelo estado de São Paulo (+9,3% nas exportações agrícolas), a queda da atividade industrial impactou negativamente as vendas, levando a StoneX a reduzir a projeção de crescimento da região de 1,9% para 1,3%”, acrescenta Cordeiro.