Nelson Bortolin

Reportagem Local

 

A presidente Dilma Rousseff lançou ontem um pacote de concessões de infraestrutura de transporte. A ideia do governo é conceder e pedagiar mais 14 trechos de rodovias em todo o País, totalizando 6,9 mil quilômetros – 2,6 mil previstos para serem leiloados no ano que vem e 4,3 mil, em 2016. No total, os investimentos em estradas serão de R$ 66,1 bilhões.

Só para se ter uma ideia do que os novos trechos representam, segundo o próprio governo, até hoje há 9,9 mil quilômetros sob concessão federal – 1,3 mil feitos nos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), 3,3 mil durante os dois de Lula e 5,3 mil no primeiro mandato de Dilma. Ou seja, se todas as novas concessões saírem do papel, o total da malha federal privatizada terá crescido 70%.

Veja no quadro todos os trechos que a presidente pretende conceder.


No total, o governo anunciou ontem um pacote de R$ 198,4 bilhões em concessões, sendo R$ 86,4 bilhões em ferrovias, R$ 66,1 bilhões em rodovias, R$ 37,4 bilhões em portos, e R$ 8,5 bilhões em aeroportos.

Alento

O pacote, que deve dividir as opiniões entre os transportadores, serviu como alento ontem para o setor de máquinas e equipamentos para a construção, durante a abertura da M&T Expo Máquinas e Equipamentos – 9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e 7ª Feira e Congresso Internacionais para Equipamentos para Mineração, promovida pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

A exemplo do mercado de caminhões novos no País, aquele setor enfrenta uma retração de cerca de 40% nas vendas nos primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

O presidente da Volvo Construction Equipment Latin America, Afrânio Chueire, lembra que o governo ainda precisa estabelecer o “marco regulatório e o modelo financeiro” dos projetos. “O impacto não é imediato, mas serve de alento para nós”, afirma. A fábrica, que tem sede em Curitiba, estima fechar o ano com uma retração de 30% no mercado brasileiro.