Reuniões setoriais entre caminhoneiros e embarcadores serão realizadas de segunda-feira a quarta-feira
Nelson Bortolin
Uma possível solução para o impasse em torno dos pisos mínimos de frete ficou para esta semana. Entre segunda-feira (29) e quarta-feira (31) serão realizadas em Brasília reuniões setoriais com transportadores e embarcadores. São 11 segmentos diferentes (leia mais) previstos na resolução 5.849 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), suspensa esta semana por determinação do ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. Ele atendeu pedido dos caminhoneiros, uma vez que as novas tabelas têm valores até 40% menores que as anteriores.
Durante toda a tarde da última quarta-feira (24), o ministro se reuniu com um grupo de cerca de 80 caminhoneiros. “No meu entendimento, a reunião foi além do que a gente esperava”, disse à Revista Carga Pesada uma das lideranças da categoria, Carlos Alberto Dahmer, o Litti.
Ele contou que, antes de se reunir com os motoristas, o ministro conversou com representantes das empresas de transporte e dos embarcadores. Freitas, segundo Litti, está empenhado em negociar uma parcela de lucro para os caminhoneiros, além vos valores mínimos previstos na resolução.
O líder dos motoristas afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a constitucionalidade das tabelas de frete mínimo dia 4 de setembro. E que, na opinião dele, seria importante se chegar a um acordo entre as partes até esse dia.
“Ao longo das negociações surgiu essa possibilidade, que está prevista na lei, de fazer esses acordos coletivos. Os embarcadores toparam, os transportadores toparam e os autônomos também”, disse o ministro, segundo a Agência Brasil. “A vantagem é que o acordo gera o consenso e a partir daí se estabelece um patamar de valor que efetivamente vai ser praticado, o que não aconteceu até agora com a história da tabela de frete. Se gerava um valor que não era efetivamente pago”.
A Agência Brasil ouviu também o presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo (Fetrabens), Norival de Almeida. “Existem alguns itens que não foram colocados na planilha [da tabela de piso mínimo]para poder dar os números realmente necessários [do custo de frete], por isso [ o que saiu na tabela] que ficou um número menor do que o já praticado”, disse Almeida, que também falou sobre o acordo de consenso sobre a remuneração da categoria. “Se formalizou ainda as confederação representando os autônomos e as outras confederações, todas elas estão se juntando e fazendo uma espécie de convenção coletiva para que isso tenha um embasamento e que seja também constitucional.”