SETEMBRO DE 2010

Nelson Bortolin

Apesar dos juros reduzidos do Procaminhoneiro (4,5% ao ano) e do Finame (8% ao ano), os consórcios se mantêm como uma opção atraente para a aquisição de caminhões, na opinião de duas fontes ouvidas pela Carga Pesada: o diretor geral da Scania Administradora de Consórcios, Antonio Carlos da Rocha, e o presidente da Associação Nacional dos Concessionários Iveco, Teodoro da Silva.

A desvantagem do consórcio é conhecida de todos: a obtenção do bem depende da contemplação por lance ou por sorteio – o que exige planejamento e alguma paciência.

O fato é que o consórcio é bem mais barato que os financiamentos. Segundo Rocha, no Procaminhoneiro os juros são de no mínimo 0,37% ao mês, o prazo de pagamento não passa de 60 meses e os bancos exigem ao menos 10% de entrada. Já no consórcio, o custo é de 0,12% (taxa de administração mais fundo de reserva) ao mês, não tem entrada e o prazo é de 100 meses. A taxa do Finame é de 0,67% ao mês.

Teodoro da Silva lembra que, com a recente criação do Fundo Garantidor para o Procaminhoneiro, os custos desse financiamento vão aumentar e o deixarão ainda mais difícil de ser alcançado pelos autônomos, para quem ele foi criado. “Acredito que até fazer um Finame ficará mais vantajoso que o Procaminhoneiro”, disse.

Fazendo uma comparação, o diretor do Consórcio Scania informou que a prestação de um Scania 420, que custa R$ 327 mil, fica perto de R$ 8 mil pelo Finame, enquanto a parcela do consórcio é de R$ 3,8 mil.

O mais interessante no consórcio, na opinião dos dois dirigentes, é que as garantias exigidas são menores. O comprador precisa ter imóvel em seu nome, disse Rocha, mas não tem, por exemplo, que comprovar renda. Já o concessionário da Iveco lembra que “a obtenção do crédito é mais fácil, mais barata e não empurram junto algumas despesas que você tem que fazer para obter dinheiro numa instituição financeira”.

Diante desses fatores, Teodoro da Silva não hesita em dizer que um autônomo pode, sim, melhorar seu equipamento através do consórcio, “desde que tenha suas contas organizadas e tenha uma fonte de renda estável”. No Consórcio Scania, segundo Antonio Carlos da Rocha, a maioria dos cotistas autônomos tem mais de um caminhão. “Em geral, têm três ou quatro e faturam de R$ 20 mil a R$ 25 mil mensais.” Representam 30% dos consorciados Scania. (Colaborou Chico Amaro)