Executivos da Mercedes-Benz ressaltam fatores macroeconômicos como motivo para otimismo
A Mercedes-Benz está bem confiante de que a previsão de crescimento do mercado de caminhões na ordem de 12% feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para o ano de 2024 vai se concretizar. Em coletiva de imprensa realizada na solenidade de lançamento da nova linha da marca, em São Bernardo do Campo, nesta quarta-feira (31), o vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Jefferson Ferrarez, citou fatores macroeconômicos que justificam o otimismo.
Queda de juros e redução do desemprego estão entre os principais. “Os juros estão baixando, o nível de desemprego também tem caído, e isso, de uma forma geral, impulsiona o setor de varejo”, alega. “Já está acontecendo, não é uma esperança não. Já tem acontecido esse movimento maior de mercado”, complementa.
O comércio varejista é tido como o último setor a se recuperar de crises econômicas.
A bom momento da construção civil, da mineração e do agronegócio também é boa notícia para o mercado de caminhões, segundo Ferrarez.
Questionado pela Revista Carga Pesada sobre o que os bancos das montadoras têm feito para ajudar na melhora das vendas, ele respondeu que o Bando da Mercedes-Benz está oferecendo crédito a 0,98% ao mês contra taxas de mercado que vão de 1,28% a 1,35%. “Isso é um ponto importante, porque o banco, sem dúvida, é fator-chave no nosso segmento para viabilizar as compras pelos nossos clientes. Os bancos normais muitas vezes são avessos a dar crédito para o nosso cliente. Quando dão, os juros são muitos altos”, alega.
Além de taxas mais amigáveis, o banco da montadora exige só 20% de entrada, dependendo da negociação, e três meses de carência para começar o pagamento.
Ele ressalta que a instituição financeira também apoia negócios com caminhões seminovos da Select Trucks. “Nosso banco está presente para dar crédito a esse cliente que tem ainda mais dificuldade de conseguir no mercado.”
Maior desafio
Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, Achim Puchert, citou os juros como um dos maiores desafios da economia brasileira. “O grande desafio da economia do Brasil segue sendo a velocidade da queda de juros. Embora a taxa de juros esteja caindo, ainda está num nível elevado”, comenta. “A queda mais acentuada é necessária para recuperar a capacidade de crédito das famílias e das empresas, entre elas os transportadores e os autônomos”.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Política Monetária (Copom) anunciou novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que agora está em 11,25% ao ano.
Achim Puchert disse ainda que a montadora vê com “positividade” a nova política industrial, que entre outras coisas, inclui o mecanismo de depreciação acelerada, que deve estimular as transportadoras a renovar sua frota de caminhões e ônibus. “Além disso, a exemplo de países avançados, apoiamos o programa federal Mover, que traz um norte para o nosso setor, incentivando a descarbonização e desenvolvimento de avançadas e sustentáveis tecnologias no Brasil. Nós, da Mercedes-Benz, acreditamos no Brasil como um polo de tecnologias sustentáveis no futuro. Precisamos de iniciativas sustentáveis, econômicas e sociais somadas ao controle fiscal. Com isso e com uma competição justa em todas as regiões do Brasil, teremos benefícios para o país e para a sociedade”.