Oficinas são higienizadas de acordo com normas do Ministério da Saúde
Praticamente toda a rede de concessionárias Scania está funcionando no País. A garantia é do vice-presidente das Operações Comerciais da montadora, Roberto Barral. De acordo com ele, mesmo com a pandemia do coronavírus, 35% das casas estão operando normalmente e 64% estão semiabertas, fazendo atendimento “mais seletivo”. “Só 1% delas estão fechadas (devido a imposições das autoridades)”, afirma. Veja entrevista com Barral no vídeo abaixo.
Na rede, o atendimento está obedecendo “boas práticas” orientadas pela equipe médica da Scania. “Buscamos evitar ao máximo o contato entre as pessoas. Recebemos o veículo numa área específica e o cliente sai. A gente coloca um profissional para fazer a higienização do veículo. Aí vai para a oficina para o mecânico ter segurança para trabalhar. E, antes de entregar o caminhão de volta para o cliente, fazemos novo processo de higienização.”
De acordo com Barral, a fábrica em São Bernardo está fechada, mas o centro de distribuição da Scania em Vinhedo (SP) está funcionando, o que permite o abastecimento de peças em todo o País.
O importante neste momento, na visão dele, é prestar a melhor assistência técnica. “Nossos clientes precisam se sentir protegidos rodando com seus caminhões”, ressalta. Numa iniciativa conjunta com a associação das concessionárias da marca, a Assobrasc, a Scania está oferecendo refeições e lanches aos motoristas que levam os veículos para a rede.
Além dos cuidados nas lojas da marca, Barral diz que a Scania preparou materiais de orientação e prevenção para os transportadores. “Fizemos vídeos com boas práticas inclusive de higienização do caminhão”, conta.
PROJEÇÕES
O vice-presidente considera que é muito cedo fazer projeções de quedas nas vendas diante da pandemia. “Começamos o ano em otimismo prevendo crescer 15, 20%. Aí veio essa crise. Acho prematuro fazer projeções de queda agora. Temos de esperar mais para traçar o cenário.”
Ele ressalta que há um segmento muito “pujante”, que transporta grãos, alimentos e combustíveis, e que continua bem aquecido. E destaca como positivo o fato de a China estar “retomando aos poucos suas compras” e haver uma safra recorde no Brasil.
“Um dado importante é que a gente tem 30 mil veículos rodando de forma conectada. E não houve nenhuma queda significativa até agora. Só as oscilações normais”, avalia.
OFICINAS CHEIAS
A Mercedes-Benz também está com a rede de concessionárias aberta. “Tenho recebido fotos e vídeos de vários lugares do Brasil e as oficinas estão cheias. Tem transportador que está rodando menos e aproveita para fazer manutenção agora”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da marca no Brasil.
Ele diz que há um protocolo com orientações do Ministério da Saúde e da área médica da montadora para proteção dos clientes e colaboradores. “Estamos tomando cuidado de fazer a limpeza em área de contato tanto quando a gente recebe (veículo) como quando a gente entrega.”
Ao contrário das demais áreas que estão em home office, a central de relacionamento está operando com parte do pessoal presencialmente, despachando peças para todo o País. “Evidentemente que observando todos os cuidados e orientações da Saúde.”
A área de venda, segundo ele, continua a todo vapor pelos canais virtuais. “A área comercial não parou. Estamos fazendo negócios, evidentemente que numa proporção muito menor.”
Leoncini conta que, desde o início da crise, algumas concessionárias da marca já estavam fornecendo alimentação para os caminhoneiros tendo em vista que os restaurantes de estrada estão fechados. “Junto com a associação dos concessionários, nós decidimos levar essa ação para toda a rede.”
Ele ressalta que a Mercedes-Benz tem capilaridade para apoiar os motoristas em todo o País com seus 185 pontos de atendimento.
De acordo com o vice-presidente, a matriz na Alemanha está atenta para repor as peças críticas em todo o mundo. “Conversamos diariamente com a matriz. Eles monitoram todos os países, principalmente em relação a peças críticas, porque temos de manter o transporte em todo o mundo.”
A marca começou o ano com muito otimismo e os “números estavam crescendo” antes da pandemia, conforme afirma Leoncini. “Ninguém esperava essa crise. Nosso plano agora é suportar os nossos concessionários e principalmente os nossos clientes.”
Ele diz que as fábricas da China já voltaram a produzir, e que isso seria um “alento”.
Para o vice-presidente, a imagem do setor de transporte sairá fortalecida após a crise. “O público em geral está grato ao setor por manter a distribuição de alimentos e de produtos básicos.”