Luciano Alves Pereira
O nome de Juscelino Kubitschek costuma ser citado como grande incentivador do rodoviarismo no Brasil, mas ele teve um rival que o antecedeu. Trata-se de Washington Luís, “paulista de Macaé (RJ)”, que foi prefeito de São Paulo, governador e presidente da República (1926-1930) sob o lema “governar é construir estradas”.
Precisamente há 100 anos, em abril de 1917, Washington Luís fez um discurso no 1º Congresso Paulista de Estradas de Rodagem no qual indicou sua inclinação pela conjugação entre os modais. Disse: “A estrada de ferro é um extraordinário elemento do nosso progresso; precisamos, no entanto, da colaboração rodoviária. Para isso, devemos fazer estradas de rodagem, ligando-as à estrada de ferro”.
Ele apoiou a realização da primeira viagem de carro a Santos, feita por Antônio Prado Júnior, Mário Cardim, Clóvis Glicério e o coronel Bento Navarro, mais dois mecânicos. Em 16 de abril de 1917, a expedição desceu a serra pelo antigo Caminho do Mar, num carro Sizaire et Naudin, fato que constituiu “o ponto de partida para uma era sem limites na ciência dos transportes”, segundo um comentarista da época.
O ímpeto rodoviarista dos governos não esfriou mais. Em São Paulo, no final dos anos 1940, Adhemar de Barros construía a Via Anchieta, duplicada por Lucas Nogueira Garcez. No mesmo período, o presidente Dutra completava a via com seu nome (inaugurada em 1951). A Anhanguera chegou a Campinas e continuou avançando com Jânio Quadros. Na esfera federal, JK interligou o Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e São Paulo.
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