O diretor da Transportadora Pedra Branca, de Ibiraçu (ES), Paulo Alves Ferreira, concorda que o exame toxicológico tem o “lado positivo de tirar da estrada aquele motorista que insiste em usar droga”. Mas, para ele, a melhor forma de reduzir acidentes é fiscalizar o cumprimento da lei da jornada. “Se a lei fosse fiscalizada, não precisaria ter o exame. O motorista que não precisa rodar além do seu horário, não precisa usar droga.” Segundo Ferreira, a lei 13.103 ainda não está sendo levada a sério. Na Pedra Branca, diz ele, o controle da jornada é feito com rigor. E ninguém roda após as 22 horas. “Chegamos a perder clientes porque nossas viagens são mais demoradas que as das outras empresas.”

O diretor Paulo Alves Ferreira: o que não pode é exagerar no tempo de volante

No ano passado, a empresa conseguiu zerar o número de acidentes. Foram 13 em 2015 – um número habitual. Segundo o empresário, o “zero” foi resultado de muita conscientização. “Levamos para os motoristas o que aprendemos no Programa Zero Acidente, da Volvo.” Foram feitas reuniões com grupos de motoristas, todos assumiram o compromisso de trabalhar com prudência e os caminhões receberam adesivos para lembrá-los desse compromisso. Funcionou muito bem.  

O Programa Volvo de Segurança no Trânsito está completando 30 anos. A coordenadora, Anaelse Oliveira, diz que o foco mais recente tem sido de despertar nos empresários a necessidade de colocarem a segurança como prioridade no seu negócio. “Infelizmente, nem todos têm essa visão. Mas a gente percebe um amadurecimento de muitos empresários que passam a considerar a segurança como fator fundamental até para garantir o futuro do negócio.