O grande crescimento da frota brasileira de caminhões nos últimos anos derrubou o frete de grãos, que nunca esteve tão baixo. A afirmação é do presidente do grupo G10 de Maringá (PR), Cláudio Adamuccio. Segundo ele, pela terceira safra consecutiva, os transportadores não conseguem melhorar as tarifas. “Não teremos retorno nem de 6% ao ano”, ressalta.
Adamuccio discorda do diretor da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, que em entrevista à Carga Pesada (leia mais) afirmou que o valor do frete graneleiro está relacionado com as condições de competitividade com Argentina e Estados Unidos. “O problema é que as vendas de caminhões estiveram muito altas nos últimos anos. É a lei da oferta e procura. Estamos com excesso de oferta”, declara. O aumento da participação do trem no segmento também ajuda a derrubar o frete rodoviário, segundo ele.
De acordo com Adamuccio, o frete só irá melhorar se houver uma safra “excepcional” ou se os transportadores pisarem no freio e comprarem menos caminhões, cenário que, para ele, não é difícil de ocorrer no segmento de grãos. “Com a exigência de cavalos 6×4 e motorização Euro V, o investimento fica proibitivo com essa margem de retorno de 6%”, acredita.