Levantamento da CNT mostra expansão do mercado de trabalho, mas motoristas estão pessimistas

O transporte rodoviário de cargas (TRC) gerou 82.434 novos empregos de janeiro a agosto deste ano, mostra a atualização do Painel do Emprego no Transporte da Confederação Nacional dos Transpores (CNT). O saldo positivo é resultado da diferença entre 397.278 admissões e 314.844 demissões no período.

Apesar da boa notícia, os motoristas não se mostram otimistas nas redes sociais. No Facebook da Revista Carga Pesada, ao comentar a reportagem, Matheus Francisco diz que a demanda por mão de obra está alta porque os salários são “muito baixos”. Já Andre Luiz Oliveira Silva duvida dos números. “Estou desempregado há um ano, tenho experiência e categoria D. Mando um monte de currículo. Fui chamado uma vez só para entrevista. Aonde estão essas estatísticas?”, questiona.

Para Loreni Miguel Drey Batista, o mercado não está criando vagas novas e sim repondo os empregos deixados pelos caminhoneiros nos últimos anos. “Ninguém mais quer caminhão.”

Diego Edinger concorda: “Pode criar mais de um milhão dessas vagas. Ninguém quer ficar longe de casa.”

Michel Araújo pensa da mesma forma. “Simplesmente muitos largaram a profissão. Hoje os caminhões são novos e os motoristas são escravos. Cada dia mais tempo longe de casa e menos dinheiro no bolso. Essa é a realidade.”

POR ESTADO

O levantamento da CNT mostra que o estado que mais criou vagas foi São Paulo (32.528), seguido por Minas Gerais (10.362) e Paraná (6.491).

O único que teve saldo negativo, ou seja, que demitiu mais que contratou, foi Roraima, onde foram fechadas 37 vagas no TRC neste ano.

Quando considerados todos os segmentos do transporte, o saldo de vagas de janeiro a agosto é de 61.906 em todo o País.

Isso porque o transporte rodoviário de passageiros urbano, ao fechar 21.447 vagas no período, puxou o saldo positivo para baixo. O transporte rodoviário de passageiros de londo curso fechou 7.152 postos de trabalho, também contribuindo para que o saldo de empregos no total não fosse maior.

Outros segmentos como o aéreo de carga (97), aéreo de passageiros (561) e de navegação de apoio (814) tiveram saldos positivos.