Modelo de 410 cavalos vem apresentando redução de 15% no consumo na comparação com o diesel

O caminhão á gás será destaque da Scania na Fenatran 2019, evento que será realizado no próximo mês em São Paulo. O modelo de 410 cavalos da transportadora Morada Logística em operação da Citrosuco na rota Matão/Santos (800km) vem apresentando redução 15% no consumo na comparação com o diesel. O custo do veículo deve ser 35% maior, mas a expectativa é de que essa diferença se pague num período de três anos, com a redução nos gastos de combustível. “Como a vida útil do caminhão é de 7 anos, o proprietário vai poder lucrar nos quatro anos restantes”, avalia Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania.

“Demos dois caminhões diferentes para nossos motoristas, sem que soubessem: este a gás e um outro a diesel normal com a mesma potência. O relato é que nenhuma diferença foi sentida na performance. O único diferencial percebido foi o baixo nível de ruído”, relata André Leopoldo (foto), diretor executivo da transportadora Morada Logística.

Com autonomia de 500 quilômetros, na operação da Citrosuco o caminhão faz uma parada para abastecimento de GNV – gás natural veicular – em posto convencional na rota.  Mas ele também pode ser abastecido com biometano, detalhe que tem despertado o interesse de outras empresas tem pelo veículo. Até porque, se o cliente produzir biomassa, caso da Usina São Martinho, que acaba de adquirir um caminhão, o ganho  pode ser muito maior. O metro cúbico do biometano está em torno de R$ 1,30 gerando uma energia similar a um litro de diesel. E este gás – no caso o biometano – pode ser produzido pela própria usina a partir de biomassas como o bagaço da cana e outros resíduos, inclusive o lixo dos aterros sanitários.

Sobre rede de distribuição, um questionamento constante por parte dos interessados, grandes empresas do setor anunciam investimentos. A Cosan já está construindo a maior usina de biometano do mundo no interior de São Paulo. A Usina Cocal,de Paraguaçu Paulista, também anunciou que pretende apostar no combustível alternativo.

O motor é 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos. “Não é conversão. Ele tem garantia de fábrica e tecnologia confiável. Na demonstração com a Citrosuco o R 410 vem tendo um desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de ser 20% mais silencioso”, compara Munhoz (foto) . Além do ganho econômico, tem também o ambiental: em emissões a redução de CO2 pode chegar a até 15% na comparação ao diesel.

A Scania e a ZEG, empresa do Grupo Capitale Energia, dedicada exclusivamente à geração de energia renovável, estão juntas no projeto.  “Nosso propósito é liderar a transformação para um sistema de transporte sustentável e não poderíamos fazer isso sozinhos – justamente o que mostra esta parceria, de um lado oferecemos a tecnologia e do outro a ZEG viabilizará a produção do combustível e o abastecimento”, diz Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America.

“Estamos olhando na mesma direção e convencidos que esta aproximação representa uma oferta completa, em que nossos clientes vão se beneficiar do ponto de vista da contribuição para redução do impacto ao meio ambiente, além de ganhos em eficiência e diminuição de custos”, destaca Podgorski. “Esta iniciativa inovadora abre uma frente capaz de incentivar outras empresas a embarcarem na jornada de descarbonização do setor”, completa.

O projeto é inédito e nasce em operação em uma das usinas da São Martinho, que realizará demonstrações utilizando o biometano da ZEG em um caminhão Scania. O modelo, neste caso, é um G 410 XT 6×4 (foto), o primeiro caminhão fora de estrada a ser movido a biometano na história do Brasil. “A nossa expectativa é contribuir com empresas de logística ou que possuem frotas próprias, para que viabilizem sua transição energética”, afirma Daniel Rossi, CEO da ZEG e sócio-fundador da Capitale Energia.

A troca de diesel por gás é uma solução sustentável que tem sido cada vez mais procurada tanto para o mercado automotivo como industrial. Com eficiência tecnológica e liderança no setor, a Scania apresenta uma linha de motores a gás que possui duas bases de sustentação: o uso de combustíveis alternativos e de eficiência de uso de energia.

“Hoje, a Scania tem uma preocupação estratégica neste segmento de motores a gás para grupos geradores. Estamos liderando em um setor que representa o futuro da indústria desse mercado. Em 2019, os pedidos já aumentaram aproximadamente 40%. Os motores apresentam o mesmo rendimento satisfatório dos similares movidos a diesel, mas com o importante componente de sustentabilidade e energia limpa. Com biogás, a redução de emissões de CO2 pode atingir até 90%”, afirma Celso Mendonça, gerente de Vendas de motores industriais, marítimos e para grupos geradores de energia da Scania no Brasil. “Serão estes motores que ajudam e ajudarão as empresas a avançar para atingir, ainda mais rápido, as metas de redução mundial de CO2.”

NOVA GERAÇÃO

Roberto Barral (foto), vice presidente da Scania, diz que a montadora está entregando tudo que prometeu no lançamento da nova geração de caminhões que já soma mais de 10 mil encomendas: “Clientes estão superando a marca de 12% de economia de diesel que anunciamos no lançamento”, destacou.

Pelo menos 45% das mais de 10 mil encomendas da nova geração Scania foram feitas para clientes que possuem de 1 a 5 caminhões. Segundo Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania, a queda das taxas de juros e o Finame para 100% do valor do caminhão ajudaram a construir este número.

Além de toda tecnologia da nova geração Scania como novas cabines e motores partindo de 7 litros e 220 cavalos – colocando a Scania em alguns segmentos dos quais ainda não participava – até motores de 16 litros de 620 cavalos passando pelo novo 540 de 13 litros e 6 cilindros (exclusivo para o mercado brasileiro), outro diferencial é a assessoria na pré venda, ou seja, na escolha do caminhão ideal para cada aplicação e o monitoramento constante da frota, durante toda vida útil do caminhão, com recursos como os Serviços Conectados.

Já são 24 mil veículos conectados só no Brasil e, consequentemente, um universo gigantesco de dados que estão sendo disponibilizados aos clientes e rede de concessionárias na busca por uma melhor rentabilidade. Caso da empresa mineira Tora que adquiriu um lote de 180 unidades da nova geração com serviços conectados e o TMA – Tailor Made for Application  – sob medida para suas necessidades com o suporte da concessionária Itaipu.

Com um detalhe: 10 mil destes veículos conectados já contam com o pacote de serviços mais completo, denominado Desempenho. O Brasil tem a maior frota neste sistema no mundo, considerando os mercados onde a Scania atua, em mais de 100 países.

Em função destes novos recursos, além da economia de diesel, o motorista agora participa também da redução de custos com peças e serviços. A tecnologia embarcada nos novos caminhões alertam, em tempo real, se a operação pode ser melhorada.

São detalhes como este que serão destacados pela montadora na próxima Fenatran que acontecerá de 14 a 18 de outubro em São Paulo.

A Revista Carga Pesada também estará no salão com um estande e uma edição especial com as novidades que serão apresentadas no evento.