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Até Santos, várias etapas a queimar. E gastos para fazer

DAF - Oportunidade 2024
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Jean Oliveira (à esq.): em cada etapa, uma longa espera para começar a próxima

Jean Oliveira (à esq.): em cada etapa, uma longa espera para começar a próxima

A Carga Pesada também foi verificar como se dá o desembarque da safra que chega de caminhão à Baixada Santista. Realmente, as filas que nos outros anos começavam no rodoanel, perto de São Paulo, desapareceram. “Só tiraram o problema da estrada, saiu da vista. Mas a demora continua”, diz o caminhoneiro Jean Oliveira, de Goiás. Ele e um colega da Transportadora Mandacari, de Rio Verde, carregaram soja em Mineiros (GO) e estavam num estacionamento em Cubatão quando conversaram com a reportagem.
Segundo Jean, a viagem se dividiu em várias etapas. Primeiro, eles foram até Sumaré (SP), onde existe um agendamento para descarregar em Santos, da T-Grão. Chegaram às 16h30 e foram liberados para seguir viagem às 5h40 do dia seguinte, até Cubatão, onde caminhões esperam a chamada para descarregar em Santos. Ali existem estacionamentos para caminhões. Que são pagos, diga-se: o do Jean e seu colega custa R$ 40 por seis horas e mais R$ 2,50 por hora adicional. Às 10 horas, estavam em Cubatão, e às 5 da tarde continuavam esperando o “sinal verde” para tocar para o porto, no último dia 5 de abril.
Mais sorte tiveram os autônomos Reginaldo Vieira de Souza e André Luiz e Reginaldo, de Campo Grande (MS), que carregaram em Sorriso (MT), e também tiveram de parar na triagem em Sumaré. Chegaram lá ao meio-dia e foram liberados às 2 horas da madrugada. Era um comboio de quatro caminhões e deveriam se apresentar no Rodopark, em Cubatão, às 9 horas, mas tiveram problemas na estrada: um caminhão quebrou e acabaram chegando às 10h30. Mas estavam conversando com a reportagem quando o alto-falante do estacionamento anunciou, às 16h40, que eles foram agraciados e podiam seguir para o terminal da T-Grão no porto de Santos. Despedidas rápidas, saíram felizes da vida.

Reginaldo (à esq.) e André Luiz: depois de seis horas, chamada para descarregar

Reginaldo (à esq.) e André Luiz: depois de seis horas, chamada para descarregar

No EcoPátio, outro estacionamento de espera em Cubatão, o preço é mais alto: R$ 45 por seis horas e R$ 5 por hora adicional. “Não importa se você ficar só uma hora ou duas, são R$ 45 do mesmo jeito pelas primeiras seis horas”, explica o motorista José Almeida Queiroz, de Lucélia (SP). “Pior: você é obrigado a usar o estacionamento se estiver carregado, senão, não descarrega lá no porto. É como uma rede de pedágio, talvez o mais caro do Brasil. Tanto que o EcoPátio é administrado pela concessionária EcoVias”, acrescenta.

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