Sem regras claras para o Finame, os dois primeiros meses de 2015 ficaram em compasso de espera e o ano parece ter começado realmente na última segunda-feira, dia 23. Agora que o BNDES definiu as novas condições de crédito, os pedidos de cotação de caminhões já começam a aumentar, informa a Volvo.
Apesar do cenário econômico adverso e da greve desencadeada pelos caminhoneiros, os executivos da montadora paranaense demonstraram confiança na retomada das vendas durante a coletiva de balanço anual realizada esta semana em São Paulo.
E havia ainda boas notícias envolvendo a marca que em 2014 recuperou a liderança dos pesados e registrou seu segundo melhor ano na história com o emplacamento de 19.732 veículos, número inferior somente às 20.731 unidades emplacadas em 2013.
Bernardo Fedalto: “haverá uma queda, mas nada excepcional”
A Volvo Financial Services Brasil, braço financeiro da marca, também encerrou bem 2014 com a movimentação de R$ 2,9 bilhões para aquisição de caminhões, ônibus e equipamentos de construção no mercado brasileiro, 34% a mais que no ano anterior. A comercialização de consórcios cresceu 14% na mesma comparação, e os seguros alcançaram R$ 110 milhões. A instituição foi responsável pelo financiamento de 39% das vendas da marca no Brasil.
“Nosso CEO na Suécia já fez a previsão de que o grupo deverá fechar este ano com 75 mil unidades contra 92.700 do ano passado. Claro que haverá uma queda, mas nada excepcional”, avaliou o diretor comercial Bernardo Fedalto.
Isto porque, a seu ver, existem também boas perspectivas: a safra deverá ser novamente recorde; os silos estão cheios e para receberem a nova safra terá que haver movimentação de carga. Além disso, a cotação do dólar deverá estimular a comercialização por parte dos agricultores, isso para ficar nas influências positivas para o segmento de pesados. Para os semipesados,Fedalto avalia: “somos 200 milhões de pessoas e não vamos parar de consumir. Por tudo isso, acredito que o sistema vai continuar rodando”, previu.
Sobre as novas regras do Finame, bem menos generosas que os 6,5% ao ano praticados até 2014, Fedaldo é da opinião que as condições ainda são competitivas. Ele lembra que em 2007/08 as taxas eram bem parecidas e nem por isso o mercado parou: “As cotações já estão aumentando. E os sistemas dos bancos já estão ajustados para operar com as novas regras com taxas fixas e variáveis”.
O banco da Volvo está operando com o novo PSI e oferecendo um complemento dos montantes via CDC. O percentual desta modalidade pode variar de 20 a 50% do total a ser financiado.
ÔNIBUS – As vendas de ônibus da marca cresceram 2,7% em 2014, apesar do mercado ter caído 16,3%. Foi também o segundo melhor ano da história da Volvo neste segmento com a comercialização de 3,1 mil chassis, 1,7 mil emplacados no País e 1,4 mil destinados ao mercado externo.
