
O jornalista Luciano Alves Pereira conversa no Posto Casa Branca, na Fernão Dias, com a caminhoneira Elisandra, que usa o QRA Tchuca para se identificar na comunicação via rádio PX
Além de frete baixo e diesel caro, nossa equipe ouviu queixa de falta de valorização do caminhoneiro no segundo dia do projeto “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve. E a Revista Carga Pesada” na Via Dutra. O caminhoneiro Paulo, de Guarulhos, ganha R$ 1.600 para pilotar um veículo com carga perigosa. “Penso que era para eu ganhar mais afinal fiz curso de especialização, passei horas estudando e ouvindo o instrutor. Tenho certificado”, reclamou. Segundo o motorista, seu salário é o piso regional e é igual o dos colegas que transportam carga comum.
O capixaba Fabiano deu uma declaração interessante à reportagem: “O frete é caro para quem paga e barato para nós”. “O frete hoje não compensa para nós mantermos o caminhão rodando. Os grandes vilões da estrada hoje são pedágio e óleo diesel. Eles tomam 60% do nosso lucro da viagem. Ainda tem despesa com o desgaste do carro, de pneu. Então botar um caminhão na pista para rodar, está ficando inviável”, afirma. Numa viagem entre São Paulo e o Espírito Santo, ele gasta cerca de R$ 600 de pedágio e R$ 1.500 de combustível. “Como acompanhar isso?” questiona.
Marciel Freitas Santana não vê nada de bom na profissão hoje, a não ser o caminhão do tio, um MB Axor que ele dirige. “O diesel está muito caro. Não estou vendo nada de bom, não”, diz ele.
Para o baiano Evanilton Ribeiro, que mor em Guarulhos, com o diesel nas alturas e o frete achatado não há como continuar trabalhando. “A solução seria aumentar o valor do frete. Hoje, a gente não consegue pagar todas as despesas de pedágio e impostos”, diz ele que é autônomo e tem um Hyundai HR ano 2006.
Além da Mercedes-Benz, o projeto tem a OnixSat como parceira. A empresa cedeu um kit móvel do rastreador Smart 2 híbrido que foi instalado na van Mercedes-Benz Vito, com a qual a equipe percorreu a Via Dutra.
O projeto também esteve nesta quinta-feira (9) na Fernão Dias em Minas Gerais. Entre os entrevistados, a caminhoneira Elisandra, que usa o QRA Tchuca para se identificar na comunicação via rádio PX.
A cobertura completa do projeto será publicada na próxima edição da revista.
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A cobertura completa do projeto será publicada na próxima edição da revista.
1 comentário
O frete tá ruim, não carrega pô! Reclamar não adianta, tem de não carregar e ai a coisa muda. Enquanto tiver os gananciosos, morreremos todos juntos e abraçados como num naufrágio em alto-mar. As vezes o sofrimento de uns dias ou meses no levará a resultados positivos lá na frente, só que isso não acontece devido os “companheiros” gananciosos e os argumentos diversos como; preciso pagar a prestação, estou reformando minha casa, tenho dividas a saldar…Mas a pergunta é; já não dá para pagar nada mais então vamos desistir de cargas que não compensa o valor do frete. Somente assim a coisa muda. Todos os dias deixo de carregar para quem impõe preço sobre meu trabalho e todos os dias tem fominha carregando o que rejeitei, será que esse fominha reclamando mudará alguma coisa? Eu faço a minha parte e nada muda se não começar por mim!