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Trecho duplo da BR-262 será inaugurado em agosto

DAF - Oportunidade 2024
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Duplicação de 84 quilômetros tem conclusão antecipada. Já a duplicação da BR-381 fica para… fica para… fica para… o futuro

Luciano Alves Pereira

No início de 2009, seis empreiteiras iniciaram a duplagem do ramo Oeste da BR-262, entre Betim e Nova Serrana, em Minas. A rodovia é uma transversal ao território mineiro, tocando a capital, e foi inaugurada em 1968. Vander Costa, presidente da Federação das Transportadoras do Estado (Fetcemg), achou que a obra ia ter um andamento extralento, como várias no Estado. Depois de um ou dois meses, Vander passou por lá e se surpreendeu com o ritmo da terraplenagem. O trecho duplicado, que caminhou rápido, segue para o Oeste, unindo o Alto Paranaíba e o Triângulo, até então zonas exclusivas de influência de São Paulo.

Enquanto isso, a cena na BR-381 é esta: tráfego intenso na ponte improvisada pelo Exército sobre o Rio das Velhas

Para maior surpresa de Vander, o DNIT informou, no final de junho, que a duplicação e adequação dos 84 km em questão “ficarão prontos quatro meses antes do prazo”. Os contratos previam dezembro e já nos próximos 60 dias os serviços da segunda pista estarão concluídos. O investimento é de R$ 400 milhões, provenientes do PAC. Bem mais que os R$ 124 milhões estimados no início. O VMD (volume médio diário) do tráfego é de 35 mil veículos e destes 65% são caminhões.

Apesar da “proeza”, é preciso olhar para essa obra com uma certa reticência. Haveria outras prioridades, no lugar dela. Qualquer caminhoneiro ou outro usuário elegeria de goleada a duplicação e adequação da mesma BR-262, só que no seu ramo Leste, saída para João Monlevade (MG). Neste pedaço, é mais conhecida por BR-381, a fatídica de 200 curvas em 100 km, cuja ponte sobre o Rio das Velhas partiu-se, originando descomunais transtornos. Então, se toda a sensatez e critério técnico indicavam a atenção primeira para a BR-381, por que ficou em segundo plano, não importando o sangue jorrando no asfalto?

São as deficiências dos ministérios que cuidam da infraestrutura viária. Sua área técnica não tem gente que fale grosso e seja ouvida por ministro, ainda que este não passe de um derrotado nas eleições. Recursos federais são submetidos aos interesses eleitoreiros dos políticos. No caso da 262, os deputados federais Jaime Martins e Aracely de Paula, o primeiro de Divinópolis e o outro de Araxá (ambos do PR), se empenharam na obtenção de verbas para obras em estradas que atravessem suas regiões.

Eles se vangloriam da conclusão dos 84 km duplos da 262 e contaram com o valioso esforço do superintendente do DNIT em Minas, Sebastião Donizete, também de Araxá. Idêntica sinergia de ação dos araxaenses armou o gatilho que disparou a pavimentação da BR-146, ligando a terra de dona Beija a Patos de Minas. Um benefício ‘ajeitado’ para os fazendeiros do Alto Paranaíba.

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