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Mulher no transporte: para Manuela, o mais difícil já passou

DAF - Oportunidade 2024
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A empresária, do ramo do transporte de bebidas, acredita que a economia está se reerguendo 

NELSON BORTOLIN

A jovem empresária cearense Manuela Lima Saboia de Carvalho prefere deixar o assunto “crise” no passado. “O Brasil já viveu tantos momentos difíceis e se reergueu… E agora está se reerguendo de novo”, diz ela, que é dona da TLX, com sede em Fortaleza. Trabalhando junto com a Translog, empresa de seu pai, a TLX tem a Ambev como principal cliente.

Nos negócios da família, a crise não bateu muito forte, devido à força da indústria de bebidas. “A Ambev é muito sólida. Se fecha uma fábrica, abre outra coisa. Graças a esse nosso cliente, a gente não sentiu tanto impacto”, explica.

Ela acredita que o setor de transporte aprendeu a se reinventar na recessão. “É assim em toda crise. A gente tem de buscar novas saídas, melhorar a qualidade, apresentar novos serviços.”

Com uma frota de 450 equipamentos nas duas empresas, entre cavalos e implementos, Manuela não está muito preocupada com a alta dos juros do Finame. Por contrato com a Ambev, a frota tem de estar sempre renovada, e agora as duas empresas estão utilizando o Consórcio Scania para adquirir veículos. “Com parceiros como a Scania, é sempre mais fácil”, elogia.

Filha única de Eduardo Sabóia de Carvalho Filho, Manuela diz que não teve opção senão assumir os negócios da família. “Eu me formei em Direito, queria fazer concurso na área, mas meu pai me convenceu a entrar na transportadora.” Isso foi há seis anos. A jovem passou por todos os setores da empresa e por lá ficou. Encantou-se principalmente com a parte de recursos humanos. 

Recentemente, Manuela participou do #NXTGEN, evento realizado pelo Consórcio Scania na Europa, que reuniu sucessores das transportadoras brasileiras. Lá, ela pôde compartilhar suas angústias com colegas. “A sucessão é um processo difícil e cheio de medos. Achava que era só comigo, mas percebi que os problemas são iguais para todos”, conta.

Os “medos” da empresária são agravados pelo fato de seu pai ser um apaixonado que conhece bem cada detalhe do negócio. “Não vou suceder uma pessoa qualquer. Meu pai sabe de cor até as placas dos caminhões. Mas a troca de experiências no #NXTGEN ajudou a me tranquilizar”, revela.

Manuela diz que nunca sentiu preconceito pelo fato de atuar num ambiente majoritariamente masculino. Na viagem dos sucessores, só havia duas mulheres. “Nos clientes também a gente encontra mais homens. Mas isso está mudando. Nós mesmos temos uma mulher na gerência de uma filial”, afirma.

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