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Que bicho é esse tal de platooning?

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Na Europa, a Scania progride na combinação de caminhões, eletronicamente acoplados, a qual atende pelo palavrão de platooning

Luciano Alves Pereira

Com o fim do inverno europeu, os fabricantes de caminhões retornam aos testes de campo. Cada marca retoma os respectivos programas. Um deles tem o nome escalafobético de platooning, para o qual, nós aqui, temos de lhe arranjar nome latino condizente. Costuma prevalecer, no entanto, o inevitável uso da palavra inglesa, por sua conhecida fluidez mundo afora. Em tradução literal, platooning quer dizer pelotão em ação, com esquadrões manobrando harmonicamente. A nomenclatura vem da área militar. No capítulo dos caminhões, o título significa comboio de cargueiros enfileirados. Parece simples, mas a intenção das montadoras de caminhões é copiar o modo de trabalho dos trens.

Uma locomotiva-madrinha – buscando o exemplo da tropa de animais de carga – não só lidera a composição, como opera com sincronismo de forma remota as demais locomotivas, não importa estejam no meio ou no rabo do trem. As motrizes seguidoras ficam dispensadas do clássico maquinista. Caminhões, evidentemente, não estão engatados à rabeira do veículo-madrinha, mas em fila de dois, três e talvez mais. Seguem-no remotamente controlados, dispensando-se os respectivos motoristas(em futuro remoto), além de não se afastarem da distância padrão entre unidades, salvo em ultrapassagens de terceiros.

A Scania europeia, assim como outras marcas, inclusive as dos EUA, passa à outra fase do tal platooning contando com a participação de frotistas. Por enquanto, ninguém liberará caminhão sem motorista em vias públicas. Os respectivos condutores se manterão a postos, mais como assistentes. Transportadoras da Espanha e da Finlândia estão testando os chamados caminhões platoons. A espanhola Acobral se dispôs a conhecer a novidade com dois comboios de três (cada) Scania R 450, como parte de um teste piloto. Estão transitando em rotas no interior no país de 200 e 350 quilômetros. Em abril, os percursos se ampliarão sempre nas mãos dos choferes especialmente treinados.

A Scania inclui ainda no projeto a finlandesa Ahola também interessada em caminhões platoons. Tanto nesta quanto na espanhola, a intenção da parceria é começar a lidar com caminhões semiautônomos, buscando o desenvolvimento de novas tecnologias de e para o tráfego.  A Ahola pretende testar formações ‘platunicas’ de três (ou mais) conjuntos, sempre de cinco eixos (40 t de PBTC). Para ficarclaro, é bom repetir que, embora somente o motorista na primeira unidade opere todo o conjunto, as unidades de trás seguem autonomamente. Durante os testes todos os cavalos-mecânicos terão seus condutores ao volante.

TRANCA-VIA −A iniciativa dos comboios platoons visa o ganho de produtividade na desenvolvida Europa resistente aos arranjos longos, tipo bitréns e tritréns ou além, vistos na Austrália A oposição vem não apenas do poder público como dos demais usuários da via. A tocada de um comboio de três unidades foi pensada para não trancar a via. Não se impede a ultrapassagem dos veículos menores (ou maiores), especialmente se tais precisarem mudar de faixa no intervalo. As tecnologias empregadas permitem o afastamento das unidades seguidoras. Elas abrem espaço para não comprometer a segurança de viagem. Quando os ‘intrometidos’ se forem, a distância entre caminhões volta a metragem padrão prevista, configurada nos computadoresde bordo.

Para as condições brasileiras, o brinquedinho chamado platooning pode chegar não tão tarde assim, já que os regulamentadores nacionais do TRC liberaram esdrúxulos arranjos pra todos os lados. Com agravante da permissão não levar em consideração a precariedade da pista simples coalhada de curvas. Do ponto de vista da segurança do trânsito, pode ser benéfico, impedindo as ultrapassagens suicidas tão frequentes.

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2 Comentários

  1. A evolução da segurança é sempre bem vinda. Para transportadoras, que podem despachar “Comboios” com potência e cargas balanceadas, deve ser motivo de comemoração e grande economia. O meio ambiente agradece, pois a união faz a força, devendo gerar uma redução no consumo dos veículos à retaguarda do “COMBOIO ELETRÔNICO”. Para os demais profissionais autônomos, com uma política de fretes inadequada e com os elevados custos de manutenção e circulação, não acredito que trará uma vantagem.
    Aliado a tudo isto temos nossas estradas precárias, com traçados incompatíveis com este tipo de Comboio e com pavimentação ruim e/ou péssima, em vários Estados.
    É um desafio a se equalizar se quisermos evoluir, copiando o que é bom dos demais países e deixando hábitos ruins de lado.

  2. No meu entendimento é preciso importar a topografia da Austrália, pois no Brasil existem poucos ambientes onde se possa ter estradas bem planinhas e retas como acontece em outros continentes! Imaginemos um comboio desses transitando pela BR-040 na serra de Petrópolis, ou Teresópolis, ou mesmo Serra das Araras, sem contar BR-262 de BH a ES? seria uma loucura, não?
    Acredito na tecnologia, mas não consigo ver esses “brutos” rodando por aqui.Á sim, podem rodar em trechos definidos como no canaviais e exploração de madeiras em SP, MS e MT…

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