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Mercado de caminhões tem melhor semestre desde 2014

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Segundo a Anfavea, foram produzidos 74,7 mil veículos de janeiro a junho; emplacamentos foram 58,7 mil

Enquanto o mercado automobilístico de forma geral fechou o primeiro semestre com produção aquém da esperada, devido à falta de semicondutores, o setor de caminhões, favorecido pelo bom desempenho do agronegócio e do e-commerce, teve os primeiros seis meses melhores desde 2014.

A produção foi de 74,7 mil unidades no primeiro semestre. Os licenciamentos chegaram a 58,7 mil unidades, segundo divulgou a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta quarta-feira (7).

MERCADO GERAL

De acordo com a entidade, 1.148,5 mil autoveículos deixaram as linhas de montagem no primeiro semestre do ano, 57,5% a mais que os 729 mil do mesmo período do ano passado, quando todas as fábricas passaram por paradas de até dois meses. Numa comparação mais justa, com o primeiro semestre de 2019 (antes da pandemia), houve uma retração de mais de 300 mil unidades, ou 22%. “Estimamos que a falta de semicondutores tenha impedido que algo entre 100 mil e 120 mil veículos fossem produzidos no primeiro semestre. Esse problema afeta todos os
países produtores e tem impedido a plena retomada do setor automotivo”, explicou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Com a performance negativa dos automóveis e o desempenho surpreendente do segmento de caminhões, a entidade atualizou as projeções que havia apresentado em janeiro, referentes ao fechamento de 2021. A produção total, que era estimada em
2.520 mil unidades (alta de 25% sobre 2020), foi reduzida para 2.463 mil (alta de 22% sobre o ano passado).

Separando leves e pesados, a alta na produção estimada 2021/2020 caiu de 25% para 21% no segmento de automóveis e comerciais leves, e subiu de 23% para 42% no caso de caminhões e ônibus.
Já para as vendas internas, a expectativa agora é de 2.320 mil licenciamentos (elevação de 13% sobre o ano anterior), ante os 2.367 mil previstos na coletiva de imprensa de janeiro.

Automóveis foram revistos para baixo, enquanto comerciais leves, caminhões e ônibus foram revistos para cima.

Finalmente, as exportações foram revisadas de 353 mil para 389 mil na expectativa do ano, uma esperada alta de 20% sobre 2020, melhor que a elevação de 9% inicialmente projetada. “Nunca foi tão difícil fazer projeções no Brasil”, desabafou o presidente da
Anfavea. “Além das variáveis socioeconômicas, agora temos também de levar em conta a situação da pandemia, o ritmo da vacinação, a instabilidade política e essa crise global dos semicondutores, sobre a qual pouco podemos antever”, acrescentou Moraes, ressaltando que uma possível restrição de fornecimento de energia elétrica não entrou nos cálculos da associação.

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PB Lopes