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Elza trabalha para criar um museu

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Guto Rocha

“O setor de transporte é como um vírus: uma vez no sangue, a gente não consegue mais se desligar.” Palavras da empresária Elza Lúcia Panzan, que está à frente da proposta de implantação do Museu Brasileiro do Transporte. Ela preside a Fundação Memória do Transporte (FuMTran). O projeto do museu foi apresentado dia 18 de setembro, em São Paulo.

A ligação com o setor vem de longe. Ela foi casada por 32 anos com Adalberto Panzan, da Transportadora Americana, que morreu em 1996. “Ainda era noiva e já fazia os logotipos da empresa”, relembra. Começaram a vir os filhos (quatro) e ela se afastou das atividades profissionais por um período.

Em 1986, Adalberto fundou a Anacirema Transportes, e Elza Lúcia foi cuidar das finanças e da administração do empreendimento. Assim retomou a rotina que conheceu de acompanhar o marido em eventos técnicos, reuniões de classe e viagens de negócios. “Lá no início, o setor era muito mais machista do que ainda é. Mas eu lidava com caminhoneiros e eles nunca me faltaram com o respeito, apesar da desconfiança com que tratavam uma mulher”, comenta.

Mesmo afastada dos negócios, Elza tem cargo de direção nas empresas e na Federação das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de São Paulo (Fetcesp). Seus quatro filhos atuam no setor, prosseguindo a tradição iniciada pelo avô paterno, que foi caminhoneiro. José Alberto e Celso trabalham na Anacirema Transportes; Anacélia é diretora da PPW Brasil, de implementos rodoviários; e Adalberto Júnior é dono da ADS Micrologística e da ADS Green, que coleta pilhas para reciclagem em São Paulo.

Elza Lúcia diz que o Museu Brasileiro do Transporte ajudará a mostrar a importância do setor para a sociedade. A ideia surgiu na década de 1990, com a criação do Sest/Senat. Na época, a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) ofereceu um pequeno acervo para dar início ao museu. Em 1996 foi criada a FuMTran e foi o ano em que ela ficou viúva. Adalberto Panzan era então presidente da NTC.

O museu será construído às margens da Rodovia Dom Pedro I, em Campinas. Será dedicado à história do transporte em todos os seus modais – terrestre, aquaviário e aéreo. Estima-se que entre em funcionamento em 2014.

Maquete eletrônica do futuro museu: todos os modais estarão representados

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