Conforme antecipado no Salão de Hannover, o Grupo Volvo confirmou investimento de 500 milhões de dólares no Brasil nos próximos três anos.
O dinheiro será aplicado na adaptação da planta de Curitiba para montagem do novo FH, que acaba de ser lançado na Europa, e na introdução de uma segunda marca do grupo. A informação veio do próprio CEO da Volvo, Olof Persson, que não revelou qual das marcas será escolhida, entre Renault, Mack e UD, nem a data do lançamento.
O presidente da Volvo Brasil, Roger Alm, não confirma, mas há quem aposte que a escolha recairá sobre os veículos leves da Renault, complementando a linha atual e na mesma direção da introdução do semipesado VM no final de 2003, que aproveitou a cabine-leito da marca francesa.
Sobre o novo FH, a intenção é que chegue com pelo menos 65% de índice de nacionalização, portanto com direito ao Finame. Os investimentos não serão pequenos, segundo Sérgio Gomes, da área estratégica da empresa, por se tratar “de um top de linha cheio de novidades”.
Desde 1993, quando foi lançado, a Volvo vendeu cerca de 650 mil FH, dois terços só na Europa. Isso representa metade das vendas totais da companhia.
O desenvolvimento do projeto demorou cinco anos. Além de adotar o duplo disco de embreagem, para a fazer as mudanças de marchas mais suaves, o FH oferece ao comprador a opção inédita do eixo dianteiro de suspensão independente, o que o faz rodar como um automóvel, com cada roda na sua trilha, sem interferir na forma de oscilação da outra. Isso aumenta a estabilidade nas curvas e o conforto do motorista.
O caminhão também tem suspensão pneumática e freio a disco. A eletrônica embarcada inclui um dispositivo que ‘lê’ o greide da estrada, com suas rampas e curvas, de forma que, na viagem seguinte pelo mesmo caminho, o computador vai participar do comando da máquina, fazendo o caminhão ficar mais eficiente e economizar combustível. O pessoal da Volvo diz que assim se pode reduzir o consumo em “até 10%”.
O novo caminhão chegará ao mercado brasileiro ao mesmo tempo em que a Volvo investe no aumento da rede de concessionários. Serão credenciados 10 novos concessionários por ano nos próximos três anos para atender os caminhões da marca que cresce de 15 a 20 mil unidades por ano: “Precisamos dar suporte para esta rede e estar prontos para o futuro”, concluiu Roger Alm. (Colaborou Luciano Alves Pereira)