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Coopercarga quer chegar a 2015 faturando R$ 1 bi

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Nelson Bortolin

Coopercarga-Osni-Roman

Entrar no clube das cinco maiores empresas de logística do País até 2015, com um faturamento de R$ 1 bilhão. Essa é a visão de futuro da Coopercarga, que caminha a passos largos para atingir a meta. No ano passado, a empresa, com sede em Concórdia (SC), faturou R$ 428 milhões. Este ano, espera chegar a R$ 607 milhões. Até outubro, já tinha passado dos R$ 500 milhões.

Qual é o motivo desse sucesso, num cenário de economia estagnada, no qual o Produto Interno Bruto não deve crescer mais que 1,5% este ano? É a pergunta inicial que a Carga Pesada levou ao presidente da Coopercarga, Osni Roman.

Para ele, o bom planejamento, os investimentos na área de logística e a qualificação dos funcionários são os fatores que permitem a aceleração do crescimento da empresa. Este ano, a organização, que reúne cerca de 200 cooperados entre transportadoras e motoristas autônomos, investiu num novo complexo logístico em São Paulo com 131 mil metros quadrados de área total.

A Coopercarga tem instalações espalhadas por todo o País (uma das maiores em Curitiba), para atender clientes como Danone, L’oreal e Aliança. Dispõe de três armazéns no Brasil (dois em São Paulo) e 45 filiais, três das quais na Argentina, Paraguai e Chile.

“Hoje, estamos em 10º lugar em receita entre as empresas de logística e estaremos entre as cinco maiores até 2015”, diz Roman. Segundo ele, o planejamento é levado muito a sério na empresa. “Tudo o que planejamos, nos últimos anos, tem sido executado.”

A Coopercarga foi criada em 1990. Tem hoje 3.800 empregados (2.800 motoristas) e uma frota de 1.700 caminhões. “A organização nasceu entre pequenas empresas e autônomos para atender às grandes agroindústrias da região de Concórdia”, afirma o presidente.

Os frigoríficos ainda têm forte presença na região. Mas, ao longo dos anos, foram instalando unidades em outros locais e a Coopercarga foi atrás, fazendo sua expansão.

A cooperativa diversificou suas operações. Conforme Osni Roman, no início as cargas frigorificadas representavam 90% do trabalho. Hoje, essa fatia é de 30%. A cooperativa tem forte atuação em produtos de higiene e beleza, papel e celulose e químicos e petroquímicos.

“Investimos em carretas siders, tanques e contêineres, além dos armazéns com os quais pretendemos alcançar um lugar entre os maiores operadores logísticos do Brasil”, explica.

Formação de pessoal sempre foi um valor importante para a empresa, segundo Roman. Em 1997, a Coopercarga foi a principal organização ligada ao Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Oeste e Meio Oeste Catarinense (Setcom) a apoiar a criação da Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet), em Concórdia. Hoje, a escola também está presente em São Paulo. “A formação é uma atividade rotineira em nossa organização”, observa.

Para Roman, a falta de motoristas é o principal problema no setor de transporte hoje. “Mas nós preferimos tratar esse tema não como um problema, e sim como uma oportunidade de fazermos diferença. Tratamos de reter nossos motoristas para aumentar nossa eficiência.”

O ano de 2012

Parte da frota de 1.700 caminhões da Coopercarga: frigorificados representam 30% do trabalho

Parte da frota de 1.700 caminhões da Coopercarga: frigorificados representam 30% do trabalho

Osni Roman vê como positivas as mudanças pelas quais passou o setor neste ano. Ele diz que a Lei 12.619 (Lei do Descanso) é necessária para melhorar as condições de trabalho dos caminhoneiros. Na Coopercarga, conforme o presidente, já existia controle da jornada de trabalho dos motoristas: os caminhões já eram proibidos de rodar das 22 às 5 horas.

Quanto ao limite da jornada em oito horas diárias com mais duas extras previstas na lei, a Coopercarga já está “praticamente ajustada”. O impacto foi o aumento de custo entre 15% e 18%, dependendo da operação. “Apresentamos esses valores aos embarcadores e mostramos a necessidade de renegociar os fretes. Mas há ainda alguns casos para acertar”, ressalta.

Sobre o Euro 5, ele diz que a experiência dos caminhões que a empresa comprou no segundo semestre mostra que a economia no consumo de combustível não compensa os gastos a mais com o diesel S-50 e a Arla 32. “Estamos absorvendo esta diferença”, informa.

Em relação ao pagamento eletrônico do frete aos terceiros contratados pela Coopercarga, Roman afirma que a empresa sempre é favorável às novas tecnologias. “Já trabalhávamos com cartão antes. Também nos antecipamos na implantação do CT-e (Conhecimento Eletrônico de Frete) e até participamos de um grupo de estudos do CT-e na Receita Federal.”

Quanto à opinião dos motoristas terceirizados sobre o pagamento eletrônico, ele disse que inicialmente houve algumas restrições. “Mas eles foram se adaptando e atualmente a maioria gosta do cartão”, declara.

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