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Wellington vende caminhão e começa novo ciclo

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Aos 70 anos, nosso amigo das Minas Gerais agora vai para estrada a passeio

Nelson Bortolin

“O projeto é do homem, mas a resposta vem do Senhor.” Essa é a explicação do Wellington da Torre para o fato de ter deixado a estrada antes do previsto. A ideia inicial era parar de trabalhar aos 75 anos. Mas ele chegou aos 70 e viu que estava na hora de dar mais atenção à saúde e dedicar mais tempo à família.

Wellington é mineiro de Contagem e colabora com a Revista Carga Pesada há muitos anos. Ele é uma mistura de conselheiro editorial e repórter da estrada.

Nos últimos tempos, o autônomo vinha se dedicando ao transporte de máquinas, caminhões e equipamentos. Seu caminhão, um Mercedes-Benz Atego, modelo 3030, ano 2020, implementado com uma plataforma hidráulica móvel, foi vendido dia 1º de outubro.

“Assim que vendi, meu filho primogênito perguntou o que eu ia fazer da vida. Respondi: Agora vou carregar avião. Ele parou por um tempo e questionou: ‘Como assim?’ Eu dei uma boa risada e disse: Vou carregar o avião que está aqui em casa, sua mãe”, explica.

Wellington é casado com a Sônia há 45 anos, com quem construiu uma família bonita e numerosa. São sete filhos, dois genros, duas noras, e oito netos.

“Minha ascensão ao conhecimento devo primeiro a Deus e depois à minha esposa, que me tolera há 45 anos e foi a principal pessoa a me estimular para voltar aos estudos”, conta.

Quando se casaram, ela já era formada em Contabilidade. “Eu só tinha o ensino básico e a Sônia sempre manifestava o desejo de que eu voltasse aos estudos. Após muita insistência, voltei e concluí o ensino médio. Isso me deu a oportunidade de crescer profissionalmente”, relata.

Wellington e a mulher Sônia preparam “turnê” pelo Nordeste

Wellington teve uma longa jornada na boleia dividida em duas etapas. Ele começou aos 18 anos carregando material de construção com um Chevrolet C60, 1970 a gasolina. “Com a crise do petróleo, vendi o Chevrolet e comprei um MBB1111, ano 1969”, recorda.

Tempos depois, trocou o 1111 por um MBB 1313. Ele ainda teve um 1519, com o qual trabalhou como cegonheiro agregado da Sada Transporte.

O mineiro dirigiu de 1973 a 1983, quando passou no concurso da Petrobras. Atuou na petrolífera por 28 anos. Começou trabalhando na na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG). Fez carreira passando por muitas funções, como lubrificador, mecânico, supervisor de mecânica e supervisor de movimentação de carga, entre outras.

Foi também consultor na área de manuseio de coque verde de petróleo, atuando na implantação de unidades, como por exemplo, a Regap, em Minas Gerais, a Replan, em Paulínia (SP), e a Revap, em São José dos Campos (SP).

Depois de 28 anos na Petrobras, aposentou-se e voltou para a estrada em 2011, iniciando uma segunda etapa como caminhoneiro que só foi encerrada agora.

Ficar em casa não está nos planos dele. Em breve, Wellington volta para a estrada, mas dessa vez a passeio e na companhia da Sônia. “Estou programando uma turnê pelos nove estados do Nordeste”, conta. A viagem deve sair em novembro.

Esta não é uma despedida porque o mineiro promete continuar colaborando com a Revista Carga Pesada. É apenas uma nova fase que se inicia.

Nós desejamos vida longa ao Wellington e boa viagem para ele e a Sônia. E que venham muitas outras notícias das estradas.

O Atego, modelo 3030, ano 2020, com o qual Wellington trabalhou nos últimos anos

 

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