Volvo adia anúncio da segunda marca no Brasil

A Volvo iniciou no Brasil os primeiros testes com um caminhão movido a diesel-metano

Em sua tradicional coletiva de início de ano, a Volvo comemorou a conquista da liderança do mercado de caminhões pesados em 2012 pelo segundo ano consecutivo. Mas não revelou ainda qual será a segunda marca do grupo no mercado brasileiro nem quando chega o novo FH que acaba de ser lançado na Europa.

O Grupo Volvo comercializa ainda as marcas Mack, Renault e UD, que já rodam em alguns países da América do Sul, como o Chile. A escolha deve recair sobre a marca com modelos complementares aos atuais que atendem apenas faixa de pesados, acima de 16 toneladas, e o mais provável é que a fabricação continue sendo feita no Brasil.

Por outro lado, a empresa anunciou investimentos na rede de concessionários da ordem de R$ 110 milhões e a abertura de 10 novas casas por ano, dado que pode ser entendido como uma preparação do terreno para a chegada da segunda marca.

Com sede em Curitiba, a Volvo registrou aumento de participação de mercado como a montadora que mais vendeu caminhões com motores Euro 5 no país: “Mais uma vez expandimos nosso negócio. Este desempenho é a prova que estamos produzindo os melhores veículos comerciais para os transportadores latino-americanos,” disse Roger Alm, presidente do Grupo Volvo América Latina.

Foram vendidos 19.164 caminhões na América Latina, sendo 15.878 apenas no Brasil. A marca liderou os emplacamentos no segmento de pesados do Brasil com uma participação de 27%. “De cada quatro caminhões pesados vendidos no país, um é Volvo”, diz Alm. No segmento de semipesados, com o modelo VM, o market share da Volvo atingiu a marca inédita de dois dígitos, com uma participação de 10.1% e 4.643 veículo emplacados.

Outros recordes comemorados foram: o modelo FH 460 foi, pela quarta vez, o caminhão pesado mais vendido no Brasil, com 4643 emplacamentos. E o sucesso da transmissão eletrônica I-Shift que está presente em nada menos que 93% dos caminhões FH vendidos no Brasil, um feito exclusivo da marca.

Para 2013 a Volvo projeta um crescimento de 20% no mercado de caminhões acima de 16 toneladas o que deverá resultar num total de 105 mil unidades vendidas, contra 87,4 mil em 2012. “Mas não seria surpresa se o mercado voltasse aos recordes de 2011 (111 mil unidades) pois as encomendas estão em bom ritmo, a safra é recorde, os juros do Finame continuam interessantes, os novos motores Euro 5 já foram assimilados e o diesel adequado está disponível em todo o país”, avaliou o diretor comercial Bernardo Fedalto.

O modelo dispõe de dois tanques que garantem 400 quilômetros de autonomia

GÁS – A Volvo iniciou no Brasil os primeiros testes com um caminhão movido a diesel-metano, uma solução de combustível alternativo para transporte de longa distância. O caminhão é movido com até 75% de Gás Natural Liquefeito (GNL) e o restante de diesel. Com até 400 quilômetros de autonomia, a tecnologia diminui em até 10% as emissões de CO₂, em comparação aos caminhões com tecnologia Euro 5.

No Brasil, os testes estão sendo realizados no interior de São Paulo, em parceria com a White Martins e o caminhão utilizado é um FM 460 trazido da Suécia. A uma temperatura de -162º, o gás em estado liquefeito permite armazenar mais combustível nos tanques em comparação ao Gás Natural Veícular (GNV) e é uma alternativa importante para o uso de combustíveis menos poluentes.

Equipado com dois tanques, a qualquer momento o caminhão pode rodar apenas com diesel. A tecnologia é baseada no motor diesel convencional equipado com injetores para gás, um tanque de combustível especial, parecido com uma garrafa térmica, que mantém o gás liquefeito e resfriado a -135 graus Celsius, e um conversor catalítico. 

A potência e a dirigibilidade são similares à de caminhões diesel convencionais. Se o tanque de gás acabar, o sistema automaticamente passa para diesel. O motorista é então alertado por uma luz que acende no painel de instrumentos.